A senadora Marina Silva (PV-AC) acredita que o Brasil não tem como voltar atrás no processo de desenvolvimento pelo qual vem passando nos últimos 16 anos, afirmou em entrevista ao jornal espanhol El País, veiculada neste domingo (13). "Existe um reconhecimento de que nos últimos 16 anos o Brasil conseguiu o equilíbrio fiscal e a estabilização da moeda, junto com a grande inovação introduzida por Lula e que foi a questão da distribuição de renda", avalia.
"Creio que temos espaço para melhorar e que já não existe o perigo de que se destrua tudo o que se foi construindo nos últimos 16 anos", disse. De acordo com o jornal, ao longo da conversa, a senadora sempre se referiu ao progresso do país como um "processo dos últimos 16 anos", período que também considera os mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Especificamente sobre o período após a chegada de Lula à presidência, a senadora ressaltou alguns pontos.
"A chegada de Lula [à presidência] produziu um certo sobressalto, mas eu diria, como dado muito positivo, que a democracia está consolidada e que tivemos avanços notáveis na agenda social. O Brasil tinha índices de pobreza inaceitáveis e nos últimos anos foram reduzidos em cerca de 19%", disse.
Eleições 2010
Questionada sobre a quem daria seu apoio em suposto segundo turno no pleito do ano que vem, a senadora disse que "ainda não pode falar como candidata", mas afirma que, concorrendo à presidência, fará isso com a intenção de chegar a essa etapa. "Se me apresentar [como candidata] será com a intenção de chegar ao segundo turno", disse. "Eu queria fazer algo parecido com o que fez o PT há vinte anos, quando rompeu com os partidos tradicionais. Chegou outra vez o momento de unir a todas as forças: sociais, políticas, intelecuais do país, para criar uma nova estratégia para o Brasil", finalizou.
Meio ambiente
Marina relembrou porque saiu da pasta do Meio Ambiente. "Não sentia que havia apoio necessário para manter as políticas para o meio ambiente tal como foram concebidas", comentou. Questionada se há falhas na política ambiental do atual governo, disse que "o problema de assumir uma economia sustentável como estratégia é algo complicado". "Não existe ainda em nenhum lugar do mundo e nenhum partido assume completamente [estratégia de economia sustentável]. O que o Partido Verde e eu estamos fazendo é inovador", disse.