O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil buscará negociar com os Estados Unidos sobre o “tarifaço” imposto pelo ex-presidente Donald Trump, antes de adotar qualquer medida de reciprocidade ou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em declarações recentes, Lula afirmou: "Antes de fazer a briga da reciprocidade e de fazer a briga na Organização Mundial do Comércio, a gente quer gastar todas as palavras que estão no nosso dicionário para fazer o livre comércio com os Estados Unidos"
MINISTROS EM CONSTANTES TRATATIVAS COM OS EUA
O presidente destacou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estão mantendo contato constante com representantes do comércio dos Estados Unidos para tratar da questão das tarifas.
PROTECCIONISMO DE TRUMP E IMPACTOS PARA O BRASIL
Desde sua posse, o ex-presidente Donald Trump tem adotado uma política protecionista, elevando tarifas de importação com o objetivo de fortalecer a indústria americana e corrigir o que ele considera desequilíbrios nas relações comerciais dos EUA.
Lula observou que, embora Trump tenha o direito de adotar decisões dentro de seu país, o Brasil também tem autonomia para conduzir sua própria política econômica. "O discurso que eles estão fazendo agora nos Estados Unidos é totalmente antagônico ao que eles fizeram de 1980 a 2022. É totalmente antagônico", disse o presidente brasileiro.
CONSEQUÊNCIAS DA POLÍTICA DE TARIFAS
Em agenda no Japão, Lula refletiu sobre os possíveis impactos do aumento das tarifas. Ele previu que isso pode resultar no aumento dos preços e, consequentemente, na elevação dos juros nos Estados Unidos. "A única coisa que eu sei é que vai ficar mais caro para o povo americano comprar. E esse mais caro pode resultar no aumento da inflação, e esse aumento da inflação significa o aumento de juros. Aumento de juros significa contenção da economia", concluiu Lula.