Bolsonaro será chamado para depor por pergunta sobre invasão de urnas

Preso pela Polícia Federal em junho, Walter Delgatti Neto, disse que Carla Zambelli lhe procurou para que ele invadisse as urnas eletrônicas

Jair Bolsonaro deve voltar para depor para a PF | Evaristo Sá/AFP
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser chamado para depor no caso envolvendo o hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A informação foi divulgada pela colunista Julia Dualibi, no portal g1.

O ex-presidente foi citado na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao aprovar o pedido da prisão de Delgatti feito pela PF. Na página 17 do documento, Moraes referenciou o depoimento do hacker à polícia e citou Bolsonaro: "o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica".

O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (2). O hacker relatou em depoimento que teve uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada para discutir o sistema das urnas eletrônicas. Segundo Delgatti Neto, durante o encontro, Bolsonaro questionou se ele poderia invadir as urnas eletrônicas com o código-fonte dos equipamentos, mas o hacker afirmou que isso não avançou. A suposta reunião teria sido intermediada pela deputada federal Carla Zambelli, que também foi alvo da operação da PF.

Até o momento, não há data definida para o depoimento de Bolsonaro. Esta será a quinta vez em que ele será ouvido no âmbito de investigações policiais. A colunista do g1 cita que, caso Bolsonaro revele alguma informação importante, os dados poderão ser compartilhados com outras investigações sobre ataques ao sistema eleitoral. 

Preso pela Polícia Federal (PF) o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, disse que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) lhe procurou para que ele invadisse as urnas eletrônicas ou a conta de e-mail e o telefone do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal no apartamento e no gabinete dela. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou apreender o passaporte da parlamentar e dinheiro e bens acima de R$ 10 mil.

De acordo com informações reveladas, Delgatti contou que a deputada bolsonarista o abordou, em setembro de 2022, num encontro entre os dois na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, quando as pesquisas mostravam Lula (PT) à frente de Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral, e o então chefe do Executivo e seus apoiadores levantavam acusações, sem provas, sobre a segurança e eficiência do sistema eleitoral vigente.

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