No último pronunciamento como presidente da República, nesta sexta-feira (30), Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre dois temas centrais: primeiro, o presidente fez um breve balanço sobre os avanços dos últimos quatro anos; depois, tratou sobre o momento político do país.
Bolsonaro rechaçou a tentativa de explosão de uma bomba perto do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro. O atual chefe do Executivo se referiu ao episódio como "tentativa de ato terrorista" e foi enfático ao dizer que "nada justifica" o ato.
"Hoje em dia, se alguém comete, um erro é bolsonarista. Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista na região do aeroporto. O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação, mas classificam como bolsonarista. É o modo de tratar", afirmou o presidente.
TENTATIVA DE ATO TERRORISTA
O responsável por deixar o explosivo dentro de uma caixa apoiada em um caminhão de combustíveis, George Washington de Oliveira, está preso. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o objetivo do suspeito era colocar o explosivo próximo a um poste, para interromper a distribuição de energia em Brasília. Mas, de última hora, ele decidiu colocar o material no caminhão, que estava carregado com querosene.
O objeto foi identificado por uma equipe de vigilância do aeroporto, que acionou a Polícia Militar. Durante a operação de identificação do material, os militares confirmaram que era um explosivo.
"Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de um ato terrorista, na região do aeroporto", afirmou Bolsonaro.
O presidente disse haver uma polarização política quanto à repercussão de atos violentos por parte de apoiadores dele que são contrários ao resultado da eleição. "Hoje em dia, se uma pessoa comete um deslize, um crime, ou faz algo reprovável pela sociedade ou pelas leis, é bolsonarista", questionou Bolsonaro.
ACAMPAMENTOS EM FRENTE A QGs
O presidente também comentou os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais do Exército em cidades do país. Os acampamentos fazem pedidos inconstitucionais, como intervenção militar e reversão do resultado das eleições.
Para Bolsonaro, as manifestações são espontâneas e não são lideradas por ninguém. Ele afirmou que não tem participação nos atos.
"Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi", afirmou Bolsonaro.
Ao longo da transmissão, o presidente chegou a embargar a voz algumas vezes e a fazer pausas prolongadas na fala. Um desses momentos foi quando ele lembrou os "sacrifícios" de quem esteve ao seu lado no mandato, e citou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Outra ocasião foi quando disse que o Brasil "não acaba em 1º de janeiro".
CRITICAS AO TRE
Na live de quase uma hora, Bolsonaro mais uma vez criticou a Justiça Eleitoral, dizendo que a eleição não foi imparcial, em novo ataque ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o comando de Alexandre de Moraes. "Não vamos duvidar das urnas aqui", disse, ao oscilar o tom da crítica.
ADEUS À PRESIDÊNCIA
Segundo Bolsonaro, a live desta sexta tem o objetivo prestar contas do governo e abordar o atual panorama político brasileiro. Ele declarou que esta seria a última transmissão do ano e, portanto, como presidente da República. "Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição saída para isso aí. Se tinha alternativa para isso, se podia questionar ou não alguma coisa, tudo dentro das quatro linhas. Como foi difícil ficar dois meses calado trabalhando para buscar alternativas. Qualquer coisa que falasse seria um escândalo na imprensa. Eu quieto sou atacado. Mas vamos lá", disse.