
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou neste domingo (6), em manifestação na avenida Paulista em defesa da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, onde reciclou a declaração que fez quando se tornou réu por tentativa de golpe de Estado e disse que violação à democracia foi sua derrota na eleição de 2022.
Segundo estimativa do Monitor do Debate Político, vinculado à USP e ao Cebrap, ato reuniu 45 mil pessoas. A contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.
O que aconteceu
Apesar da temática do evento ser o perdão aos acusados de participarem dos atos golpistas, Bolsonaro pouco falou sobre o assunto nos quase 25 minutos em que discursou. Na maior parte do tempo, o ex-presidente defendeu a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições.
"Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, escancarar a ditadura no Brasil. Se o voto é a alma da democracia, a contagem pública do mesmo se faz necessária", afirmou.
O voto no Brasil é seguro e auditável, como já mostraram relatórios do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e TCU (Tribunal de Contas da União). Desde 1996, início da utilização da urna eletrônica, nunca houve fraude comprovada.
Ex-presidente também disse que não houve "ato preparatório" para um eventual golpe, apesar de já ter admitido que "discutiu hipóteses" com militares. "O primeiro movimento para um estado de sítio, de defesa, é convocar os conselhos. Nenhum conselho foi convocado, então, nem ato preparatório houve", declarou.
"Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma tentativa armada de um golpe militar", disse Bolsonaro. Para ele, golpe foi a eleição de seu adversário, o atual presidente Lula (PT). "O golpe foi dado, tanto é que o candidato deles está lá", disse. "Vamos falar quem deu o golpe: quem tirou Lula da cadeia? [...] Quem descondenou o Lula para ele fugir da Lei da Ficha Limpa e se tornar candidato?".