Caso a denúncia da Polícia Federal resulte em processo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não seria o primeiro a ser punido por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Em 1922, o marechal Hermes da Fonseca foi preso sob a acusação de liderar levantes militares no Rio de Janeiro para destituir o presidente Epitácio Pessoa e impedir a posse de Artur Bernardes. Historicamente, essa é uma das tentativas de golpe mais próximas de uma prisão de um ex-presidente no Brasil.
intervencionismo das Forças Armadas
De acordo com o historiador Carlos Fico, o que diferencia a situação atual é a investigação da PF que, pela primeira vez, indiciou militares de alta patente, incluindo oficiais-generais, com evidências robustas. “Desde a Proclamação da República, não houve sequer indiciamento de golpistas militares. Agora, esses militares poderão ser julgados e condenados”, afirma Fico. Ele alerta que o intervencionismo das Forças Armadas tem sido um grande risco para a democracia brasileira.
Além de Bolsonaro, outros nomes envolvidos na investigação da PF incluem os ex-ministros militares Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, e o almirante Almir Garnier. A investigação ainda revelou que um grupo de elite do Exército, conhecido como “kids pretos”, está sob suspeita de planejar o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Carlos Fico lembra que o caso de Hermes da Fonseca ocorreu durante a República Velha, um momento histórico distinto. Fonseca foi preso após apoiar protestos contra o governo de Epitácio Pessoa e incitar movimentos militares. Embora tenha sido libertado meses depois, o episódio marcou o início do movimento tenentista, que influenciaria revoltas militares nos anos seguintes.
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