Na última segunda-feira (15), a coletiva de imprensa - realizada para a prestação de esclarecimento acerca das transações financeiras feitas pela família Bolsonaro, em dinheiro vivo - foi marcada por uma declaração inusitada. De acordo com Fábio Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, teria afirmado que o marido é pão duro, por isso utilizava o cartão de crédito de sua assessora.
A declaração foi exposta quando jornalistas questionaram Wajngarten sobre a razão pela qual Michelle mantinha, durante dez anos, um cartão em nome de sua amiga, Rosemary Cardoso, e não com um sob o nome do marido, uma vez que ele já era deputado no início do casamento.
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"Perguntei à dona Michelle há meia hora, e ela me respondeu: 'Meu marido sempre foi muito pão duro'”, justificou.
Segundo a defesa, apesar do monitoramento rigoroso das despesas públicas, Bolsonaro não tinha responsabilidade em administrar os gastos familiares enquanto ocupava a cadeira da Presidência. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, era o responsável por fazer os saques e realizar pagamentos a “pequenos serviços” relacionados à “manutenção da família”.
Mensagens mostram que Cid mandou pagar despesas de Michelle em dinheiro
Mensagens que foram obtidas pela Polícia Federal mostram o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, fazendo orientações no sentido das despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de parentes fossem pagas em dinheiro vivo.
As trocas de mensagens mostram ainda Mauro Cid indicando às suas assessoras que os valores deveriam ser depositados em uma conta bancária de Michelle. As informações foram obtidas e reveladas em reportagem do site "UOL" e confirmadas pela TV Globo nesta segunda-feira (15).