
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que teme ser envenenado caso seja preso, em entrevista ao podcast Flow nesta sexta-feira (14/3). A afirmação foi feita com poucos dias para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a denúncia que pode torná-lo réu junto a outros sete acusados, por suposta participação em uma trama golpista para anular as eleições de 2022.
TEMA DE MEDO E SORTE
Durante a conversa, Bolsonaro destacou os momentos de sorte que marcaram sua trajetória política, do cargo de vereador até a presidência. Ele afirmou que não poderia morrer atrás das grades, reforçando sua convicção de que não acabaria seus dias na prisão.
Minha vida é feita de coisas. Até a facada foi um milagre. Médicos dizem que, de cada 100, só um sobrevive. É igual ao Trump com o tiro na orelha. Temos muita coisa em comum, exceto a fortuna. Deus não me colocou aqui para morrer atrás das grades. Se me prenderem, vão me matar. Não tenho a menor dúvida de que serei envenenado. Não é de interesse que me vejam preso, porque vou dar dor de cabeça. Precisam me eliminar.
RECONHECIMENTO DAS DECLARAÇÕES DE MAURO CID
Em outro momento da entrevista, Bolsonaro comentou sobre a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, à Justiça. O ex-presidente reconheceu que algumas das declarações feitas por Cid são verdadeiras, mas questionou outras informações mencionadas.
“Ele fala muita coisa. Algumas coisas são verdade, mas outras eu fico pensando: ‘Como o cara teve conhecimento disso, se nem eu estava sabendo?’”, afirmou Bolsonaro. O ex-presidente alegou não ter conhecimento de certos fatos mencionados por Cid, que foi seu homem de confiança durante seu governo.
DECRETO SOBRE ESTADO DE DEFESA
Entre as revelações feitas por Cid, uma das mais graves foi a acusação de que Bolsonaro teria redigido um decreto para instaurar um "estado de defesa", com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).