Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (24) que não viu “nada contundente” nos depoimentos sobre assédio contra Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. Guimarães é acusado por um grupo de funcionárias da estatal de assédio sexual.
Em entrevista ao Metrópoles, o candidato à reeleição foi questionado se acredita que as acusações são verdadeiras. “Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher… Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que isso [assédio] poderia ter acontecido. Está sendo investigado”, afirmou.
No lugar de Pedro Guimarães, o presidente nomeou Daniella Marques para o comando do banco público.
Um dia após o caso ser revelado, Bolsonaro trocou o comando da Caixa.“Desconheço a vida particular dele. Eu conheço enquanto presidente da Caixa. Fez um excelente trabalho lá dentro. Agora, comigo, tudo é potencializado. Virou um incêndio enorme em poucas horas. Chamei, conversei com ele e optei pelo afastamento, que foi prontamente aceito por ele. Não contestou. E ele está respondendo. Não faço parte do Poder Judiciário”, disse
DENÚNCIAS DE ASSÉDIO SEXUAL
Em junho deste ano, um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa. Elas disseram que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.
As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o então presidente do maior banco público brasileiro e as funcionárias sob seu comando.
A iniciativa dessas mulheres levou à abertura de uma investigação, que está em andamento, sob sigilo, no Ministério Público Federal.