O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele deveria ter reconhecido a derrota eleitoral de 2022. Em uma entrevista ao UOL na última segunda-feira (11), Mourão, que foi vice-presidente durante o governo Bolsonaro, descreveu o fim do governo como "melancólico" e enfatizou a importância de aceitar os resultados democráticos.
“Acho que o governo teve coisas muito boas e, no final, teve esse fim que considero melancólico. Não fiquei satisfeito com o final do nosso governo”, afirmou. “Tínhamos que ter reconhecido a derrota. Perdemos por pouco, mas perdemos. Tinha que ter dado uma resposta clara: perdemos agora, mas vamos melhorar para voltar mais forte em 2026. Acho que isso é do jogo democrático”, continuou.
Mourão revelou que aconselhou Bolsonaro a reconhecer a derrota e pedir que seus apoiadores deixassem os quartéis. Ele destacou a necessidade de uma resposta clara diante da derrota nas urnas, enfatizando que faz parte do jogo democrático aceitar os resultados eleitorais e buscar melhorias para o futuro.
“Eu fui conversar e pedi a ele que fizesse um discurso à nação, reconhecendo que tinha perdido a eleição e criticasse o que ele quisesse criticar em relação à parcialidade do Tribunal Eleitoral. Que passasse a faixa para o presidente Lula, pedisse que as pessoas que estavam na frente dos quartéis que retornassem às suas casas e agradecesse o apoio”, disse.
DEFESA A MARCO ANTÔNIO: Além disso, o senador defendeu o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, elogiando sua atuação em manter a união da instituição em meio a tumultos políticos. Em contraste, Mourão criticou as funções desempenhadas pelo tenente-coronel Mauro Cid no governo Bolsonaro, descrevendo-o como a "parte mais fraca" no processo sobre a tentativa de golpe de Estado.
Mourão argumentou que um golpe de Estado não pode ser elaborado com uma simples minuta, destacando que tentativas de golpe envolvem ações concretas, como mobilização militar. Ele afirmou que a carreira de Cid acabou após seu envolvimento em atividades políticas, ressaltando a importância de respeitar os limites entre militares e questões partidárias.
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