O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quinta-feira (21) após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
O QUE ELE DISSE
Bolsonaro concedeu entrevista ao portal Metrópoles e compartilhou o conteúdo em sua conta na rede social X. Durante a conversa, o ex-presidente criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.
"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", afirmou Bolsonaro.
Na sequência, ele declarou que aguardará a orientação de seu advogado antes de comentar mais detalhes sobre o indiciamento, que segue sob sigilo.
"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", completou.
Relatório da Polícia Federal
O relatório da PF foi entregue ao STF na quinta-feira e incluiu o indiciamento de 37 pessoas, entre elas:
- O general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O material será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que decidirá pelo envio à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR, por sua vez, poderá apresentar denúncias formais contra os envolvidos. Caso aceitas pelo STF, os indiciados se tornam réus no processo.
Investigação em curso
O indiciamento está relacionado à tentativa de golpe de Estado que visava manter Bolsonaro no poder após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Desde o final do ano passado, a PF investiga movimentos e articulações que teriam colocado em risco o Estado Democrático de Direito entre 2022 e 2023, após a vitória de Lula e sua posse como presidente.