No último fim de semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajou a São Paulo para assistir ao jogo do Palmeiras, no Allianz Parque, e depois se reunir com parlamentares aliados ao Partido Liberal.
Numa mesa redonda em que estavam dois de seus advogados, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, além de vereadores e políticos como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o ex-chefe do Executivo concedeu entrevista acerca de seu julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que retoma plenária nesta terça (27).
Nela, Bolsonaro admitiu a possibilidade de ficar inelegível e comentou sobre seu futuro na vida pública, apontando que mesmo fora da urna, pretende permanecer no meio político.
“Eu não vou me desesperar. O que que eu posso fazer? [...] Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte”, declarou.
Michelle candidata
Em outro momento da entrevista, o ex-presidente voltou a negar que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, possa ser sua sucessora na disputa eleitoral pela presidência da República, sob justificativa de falta de experiência no ofício.
“Se ela quiser, ela pode sair candidata. Mas o que eu converso com a Michelle é que ela não tem experiência. Para ser prefeito de cidade pequena já não é fácil. Lidar com 594 parlamentares [entre deputados e senadores] não é fácil também. Eu acredito que ela não tem experiência para isso”, comentou.
Seria Tarcísio o sucessor?
Quando questionado em apoiar a possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o ex-presidente seja condenado à inelegibilidade, Bolsonaro também não demonstrou ser forte adepto ao nome, visto que ainda tem uma “bala de prata” para ser usada.
“Pode ser, ele [Tarcísio de Freitas] é um excelente gestor. Eu teria que conversar com ele”, afirmou. Em seguida, sinalizou que tem planos de não desistir de concorrer à presidência. "Eu tenho a bala de prata, mas não vou te dizer, para você não ficar perturbando, no bom sentido. Eu tenho a bala de prata, mas não vou revelar", completou.
Por fim, Bolsonaro falou que pode se mudar para os Estados Unidos. "Eu tenho um convite para trabalhar nos Estados Unidos. Lá vivem, eu calculo, 1.4 milhões de brasileiros. Não sei o número exato. Fui convidado para ser garoto propaganda lá. De venda de imóveis", concluiu.