A apresentação da cantora Lady Gaga na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi marcada por aplausos, surpresas e até repercussão política. Um dos momentos que mais chamou atenção aconteceu quando a artista norte-americana retirou um vestido vermelho, revelando por baixo um figurino com as cores da bandeira brasileira — verde, amarelo, azul e branco.
A cena rapidamente ganhou destaque nas redes sociais, sendo comemorada por parlamentares da direita bolsonarista, como o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara. Em seu perfil no Instagram, ele compartilhou o momento e escreveu: “Nossa bandeira jamais será vermelha”, frase frequentemente usada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Camisa da discórdia
O comentário surge dias após uma nova polêmica envolvendo a camisa da Seleção Brasileira, que teria uma versão na cor vermelha prevista para ser lançada pela fornecedora Nike. A cor foi alvo de críticas por parte da oposição, que tenta associar a escolha ao governo do presidente Lula (PT) e ao espectro político da esquerda.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também entrou no coro e ironizou: “Quem diria que a Lady Gaga ensinaria ao vivo à CBF quais são as cores da camisa do Brasil, hein?”
Guerra cultural em campo
A peça vermelha ainda nem chegou às lojas, mas já virou alvo de uma espécie de “guerra cultural”, onde até celebridades internacionais acabam, mesmo sem intenção, sendo usadas como símbolo por grupos políticos. O caso escancara como a estética nacional — até mesmo no futebol — tem sido disputada como território ideológico.
O figurino de Lady Gaga pode ter sido apenas mais um gesto cênico no palco, mas para muitos, virou combustível para debates que vão muito além da música.