As autoridades e a população do município boliviano de Puerto Suárez bloquearam neste sábado a estrada fronteiriça com o Brasil para pressionar o Governo de Evo Morales a tomar decisões para o avanço de um projeto de mineração, confirmou a imprensa local.
A mobilização aconteceu porque a Empresa Siderúrgica Mutún (ESM), estatal boliviana, ainda não tomou uma decisão sobre como resolver um conflito com a mineradora indiana Jindal, que tem um contrato assinado desde 2007 para explorar o ferro da jazida de Mutún, situado cerca de Puerto Suárez.
Por um lado, a empresa estatal anunciou que o Estado está pronto para iniciar a exploração da metade da jazida de ferro, uma área que o Governo reservou para um projeto próprio, paralelo à concessão outorgada à Jindal por 40 anos para explorar a outra metade.
Por outro lado, a empresa indiana tem seu cronograma de investimentos atrasado. Por isso, o Governo advertiu que cobrará dela uma garantia de US$ 18 milhões, que em um período de oito anos deve somar US$ 2,1 bilhões.
Embora o Governo boliviano não acredite que o contrato com a empresa indiana esteja em risco, essa cobrança abriria a possibilidade de uma possível rescisão do acordo, o que complicaria o projeto de exploração de Mutún.