A presidente Dilma Rousseff oficializou nesta sexta-feira (28) a saída da ministra Ideli Salvatti da pasta das Relações Institucionais e sua transferência para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
Conforme antecipado pelo ?Painel?, Ideli será substituída pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) no comando das articulações com o Congresso Nacional. Já a ministra Maria do Rosário, que ocupava a pasta dos Direitos Humanos, deverá se candidatar a deputada federal no Rio Grande do Sul.
Foram, ao todo, 13 modificações em seu quadro de ministros desde o início do ano. A posse dos dois será na próxima terça-feira (1°), às 11h. A mudança encerra a reforma ministerial de Dilma, que, ao longo dos últimos meses, viu sua base aliada na Câmara sofrer o maior racha desde a sua posse.
Liderada pelo PMDB, impôs derrotas ao governo e em meio à ameaça da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras.
Segundo petistas, Berzoini, que conta com o aval de Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, tem mais trânsito no Congresso. A orientação da cúpula do PT seria reforçar os poderes da Secretaria, considerada hoje com pouca autonomia, e ainda conter insatisfações internas do Planalto, em especial de Dilma, em correntes petistas.
OUTRAS MUDANÇAS
No dia 13 de março, Dilma havia anunciado a nomeação de seis novos ministros para o último ano de seu mandato, que assumiram os cargos no dia 17. A novidade foi a nomeação para o Ministério do Turismo.
Dilma resolveu escolher o gerente de assessoria internacional do Sebrae, Vinicius Nobre Lages, para a pasta depois que o nome preferido por ela, de Ângelo Oswaldo, do PMDB de Minas Gerais, não foi bem recebido pela cúpula do próprio partido. Ele substituirá Gastão Vieira (PMDB-MA), que deixa a pasta para disputar as eleições.
O PMDB manteve também o Ministério da Agricultura, para onde foi nomeado o secretário de Política Agrícola, Neri Geller. Mesmo tendo dito no início da semana que não indicariam nomes para a reforma, os deputados do PMDB aceitaram a escolha da presidente para a pasta. Antônio Andrade (PMDB-MG) deixa o ministério.
Na cota do PP, Dilma nomeou Gilberto Occhi, atual vice-presidente de governo da Caixa Econômica Federal, para o Ministério das Cidades. O partido chegou a aderir ao chamado ?blocão? na Câmara, mas desembarcou da iniciativa após ser contemplado pela reforma. Occhi substitui Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O PT manteve o Ministério do Desenvolvimento Agrário com a indicação do ex-presidente da Petrobras Biocombustível e ex-ministro Miguel Rossetto. Ele entra no lugar de Pepe Vargas (PT-RS). Rossetto foi ministro da pasta durante o governo Lula, de 2003 a 2006.
O PRB também manteve a sua pasta. Eduardo Lopes (PRB-RJ) assumirá o Ministério da Pesca e Agricultura no lugar de Marcelo Crivella (PRB-RJ). Lopes era suplente de Crivella no Senado. Dilma nomeou ainda o ex-reitor da Universidade de Minas Gerais Clélio Campolina Diniz para o Ministério de Ciência e Tecnologia na lugar de Marco Antônio Raupp.
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VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA:
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje, 28 de março, mudanças no ministério. A ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, está deixando o governo para participar das eleições. A pasta passará a ser ocupada pela ministra Ideli Salvatti, que deixa a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Para ocupar a SRI, a presidenta convidou o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP).
A posse dos ministros Ideli Salvatti e Ricardo Berzoini será na terça-feira (01/04), às 11h, no Palácio do Planalto. As transmissões ocorrerão nos seus respectivos ministérios.
A presidenta agradeceu a dedicação, competência e lealdade de Maria do Rosário ao longo de seu governo e tem certeza de que ela continuará dando sua contribuição ao país.