A disputa eleitoral que vai escolher o novo presidente do Brasil este ano começou com quase seis meses de antecedência. O PT foi o primeiro a subir no ringue e chamar o PSDB para a briga. Os tucanos responderam à altura e o início do embate entre os dois partidos antecipou uma disputa que só deve acabar no fim de outubro, quando o país vai conhecer o novo presidente da República.
Na última terça-feira, a pré-candidata petista à Presidência da República, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), aproveitou uma declaração do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e acusou o tucanato de tentar acabar com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em entrevista à revista Veja, Guerra chama o programa do governo de eleitoreiro e ameaça acabar com ele. A tática petista de antecipar o debate eleitoral elegendo o PSDB como seu arqui-inimigo foi logo aceita pelos rivais, que no dia seguinte retribuíram as farpas da ministra e divulgaram uma nota oficial rebatendo o PT.
Os petistas, então, escalaram o senador Aloísio Mercadante (SP) e seu presidente nacional, Ricardo Berzoini, para comparar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A resposta do PSDB foi furiosa. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), divulgou uma nota oficial em que chama Dilma de mentirosa: "Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários", diz a nota.
O texto lembra até de um suposto dossiê feito pela ministra para atacar a primeira-dama Ruth Cardoso, morta em 2008.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) ? provável candidato tucano à presidência ? quebrou o silêncio para dizer que não participaria da ?baixaria? iniciada com o bate-boca.
Enquanto Serra evita o confronto escalando os caciques tucanos para responder o PT, Berzoini escancara a tática governista: ?Esperamos que a oposição não se acovarde?, diz ele em uma nota oficial.