O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira 20 que partidos da base de apoio ao governo Lula ocuparão a presidência e a relatoria da futura CPMI sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro. Segundo ele, os aliados da gestão federal terão maioria no colegiado.
“Essa história de o autor da CPMI ficar com relatoria ou presidência só [funciona] quando tem consenso. E nunca haveria consenso sobre o nome de André Fernandes“, disse Farias a CartaCapital. O deputado do PL do Ceará encabeça o requerimento pela instalação da CPMI.
Em 10 de abril, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por 60 dias as investigações contra Fernandes, que entrou na mira da Justiça pelo 8 de Janeiro devido a vídeos publicados em uma rede social a convocar “ato contra o governo Lula”.
Após a invasão promovida por bolsonaristas, André Fernandes chegou a postar a imagem da porta de um armário vandalizado no STF, com o nome de Moraes. A legenda dizia: “Quem rir vai preso”.
“Esse cara não pode ser presidente. A gente não vai abrir mão”, resumiu Lindbergh. O petista também classificou a CPMI como “um tiro no pé dos bolonaristas” e afirmou que a base aliada de Lula irá “atrás dos financiadores e dos autores intelectuais”.
Segundo Lindbergh, Jair Bolsonaro (PL) é o autor intelectual dos atos golpistas. O ex-presidente prestará depoimento à Polícia Federal na próxima quarta-feira 26 sobre o caso.
O deputado petista ainda estabelece como objetivo convocar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso preventivamente desde janeiro sob suspeita de omissão nos ataques às sedes dos Três Poderes.
“A gente vai para a ofensiva política, porque a verdade está do nosso lado. Foram eles, bolsonaristas, que praticaram aqueles crimes”, avalia Lindbergh Farias. “Vai sair deputado cassado daqui porque ajudou a organizar aqueles movimentos.”
O cenário se alterou, porém, com a demissão de Gonçalves Dias do Gabinete de Segurança Institucional, após a divulgação de um conjunto de novas imagens sobre os ataques.