O governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), deixou o Instituto de Cardiologia do DF (Incor) por volta das 8h30 da manhã desta sexta-feira (19), onde estava internado desde a manhã de quinta-feira (18) para exames de cateterismo no coração, entre outras avaliações médicas. Ele foi levado de volta às dependências da Polícia Federal, onde está preso desde 11 de fevereiro por determinação do Superior Tribunal Federal (STJ), acusado de tentar subornar uma testemunha do escândalo do mensalão do DEM de Brasília.
O médico particular, Brasil Caiado, disse na saída do hospital, que Arruda "passou a noite em claro, reclamando muito de um mal-estar". Segundo ele, governador cassado deve ficar a sexta-feira em repouso e tomando medicamentos.
O ministro do STJ, Fernando Gonçalves, negou na noite desta quinta-feira pedido da defesa de Arruda para que ele pudesse permanecer preso no hospital enquanto durar sua prisão preventiva. O exame de cateterismo identificou obstrução em uma artéria que irriga o coração.
Segundo a assessoria do STJ, Gonçalves não se convenceu da necessidade de Arruda permanecer internado. À tarde, o advogado de Arruda, Nélio Machado, havia remetido ao STJ cópias dos exames a que o governador cassado havia sido submetido, para justificar a necessidade de ele permanecer sob cuidados médicos.
De acordo com o STJ, os advogados de Arruda pediram para que ele ficasse no hospital pelo menos até terça-feira(23). O ministro Fernando Gonçalves condicionou autorização para a permanência do governador cassado a um atestado médico. No entanto, o atestado que foi entregue ao ministro apenas detalha as condições clínicas de Arruda e o tratamento que ele deve seguir, sem explicitar a necessidade de uma internação. Com a decisão do ministro, Arruda teve que voltar à Superintendência da Polícia Federal, onde cumpre prisão preventiva.
A Polícia Federal havia informado ao G1 que o retorno dele à Superintendência da PF dependia de alta médica. Mas não soube informar se Arruda seria liberado pelos médicos ainda na quinta. O médico particular de Arruda, Brasil Caiado, informou que o governador cassado teria que passar a noite em observação.
No início da noite de quinta-feira, um boletim do Incor descartou "no momento" a realização de uma angioplastia ? procedimento no qual um pequeno "balão" é utilizado para desobstruir uma artéria.
"Após realização do ecocardiograma com estresse farmacológico no paciente José Roberto Arruda, foi constatado pelo seu médico assistente e equipes médicas do instituto de cardiologia do DF que não há indicação, no momento, de angioplastia coronária, devendo o paciente ficar em observação nas próximas horas", dizia o boletim divulgado pelo hospital.
O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.