O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu não dar continuidade às investigações sobre a relação entre Jair Bolsonaro e os depósitos de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os valores chegaram a R$ 89 mil, somando os R$ 72 mil depositados por ele com os R$ 17 mil de sua esposa, Márcia Aguiar.
Em sua decisão, o procurador afirmou ser "notório que as supostas relações espúrias entre o senador Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, foram objeto de denúncia na primeira instância em desfavor de ambos". "Inexiste notícia, porém, de que tenham surgido, durante a investigação que precedeu a ação penal em curso, indícios do cometimento de infrações penais pelo presidente da República", disse. O teor do documento foi publicado pela revista Veja.
"Os fatos noticiados, portanto, isoladamente considerados, são inidôneos, por ora, para ensejar a deflagração de investigação criminal, face à ausência de lastro probatório mínimo", acrescentou Aras em ofício ao decano da Corte, Marco Aurélio Mello.
Aras foi indicado por Bolsonaro para a PGR mesmo sem ter ficado na lista tríplice do Ministério Público. Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Queiroz foi denunciado pelo MP do Rio junto com o parlamentar por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Queiroz foi preso no dia 18 de junho do ano passado em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) - depois ele deixou a defesa do parlamentar. O ex-assessor é investigado por envolvimento em um esquema de "rachadinha" que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio - o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadual antes de ser eleito para o Senado.
Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão.