Os altos índices de aprovação do governo federal indicam que a presidenta Dilma Rousseff está conseguindo se desvencilhar dos escândalos de corrupção, em especial os relacionados à Operação Porto Seguro e à Ação Penal 470, o processo do mensalão. A avaliação é do gerente executivo de pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Renato da Fonseca.
De acordo com pesquisa divulgada hoje (14) pela CNI, 62% da população avaliam o atual governo como bom ou ótimo ?índice recorde desde o início do mandato. Segundo o gerente de pesquisa, "mensalão e [operação] Porto Seguro aparentemente não interferiram na avaliação da população, provavelmente pela ação rápida do governo ao demitir os envolvidos". Para Fonseca, "na crise do ano passado, isso se mostrou claramente um fato positivo, quando a presidenta atuou rapidamente na demissão e na apuração dos fatos".
Segundo ele, os resultados poderiam ser melhores caso o governo obtivesse maior sucesso no combate à inflação. "A inflação vem subindo. Por mais que estejamos um pouco abaixo do limite da meta, ela não está totalmente controlada, e a população percebe isso, principalmente na área de alimentos, que é onde os preços mais sobem. Isso reflete na opinião da população".
Renato da Fonseca reiterou que o fator decisivo para a alta aprovação do governo continuam sendo as políticas sociais, principalmente o combate à pobreza e ao desemprego. No entanto, ponderou, continuam altos os índices de desaprovação nas áreas da saúde, educação e segurança pública. "Mas divididos [na cobrança da população] com estados e municípios", avaliou.
O combate à fome e à pobreza registrou recorde de aprovação (62%), bem como as medidas para conter o desemprego (56%). A área da saúde foi a pior avaliada, com apenas 25% de aprovação. Impostos e segurança pública registraram apenas 30% de aprovação, e taxa de juros, 41%.
"Provavelmente, esse aumento da desaprovação surgiu com o maior debate ocorrido nas eleições municipais, por serem temas recorrentes nas disputas com as prefeituras. Mas são temas que o governo precisa ainda atacar para aumentar ainda mais a popularidade", completou Fonseca.
A Pesquisa CNI/Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios entre os dias 6 e 9 de dezembro. A margem de erro é 2 pontos percentuais, e o grau de confiança, 95%.