Após vitória de separatistas em Taiwan, Brasil reitera considerar 'uma só China'

Mauro Vieira afirmou que governo brasileiro mantém o apoio ‘histórico e inequívoco’ à unificação do território chinês.

Após vitória de separatistas em Taiwan, Brasil reitera considerar 'uma só China' | Reprodução
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reiterou nesta sexta-feira (19) o apoio do Brasil à "só China", referindo-se ao posicionamento contrário à independência de Taiwan.

A declaração ocorreu alguns dias após a vitória de Lai Ching-te nas eleições presidenciais de Taiwan, representando o Partido Democrático Progressista (PDP), que é contrário à unificação da ilha com a China.

Conforme afirmado por Vieira, o governo brasileiro reafirma seu apoio "histórico, consistente e inequívoco" à China unificada. Essa posição foi defendida durante a visita do chanceler chinês, Wang Yi, a Brasília nesta sexta-feira, embora a província em questão não tenha sido explicitamente mencionada.

“Recordamos o apoio histórico, consistente e inequívoco do Brasil ao princípio de uma só China, conforme registro na declaração conjunta adotada pelos dois presidentes Lula e Xi Jinping na visita presidencial à China em 14 de abril de 2023”, disse o ministro.

O representante chinês, Wang Yi, afirmou que o país “demonstra apreço” ao apoio do Brasil ao princípio. O governo chinês classifica Taiwan como uma província rebelde, que segue fazendo parte de seu território. O governo de Taiwan proclama a ilha como um estado independente, gerido por uma Constituição própria, e por décadas foi considerada o próprio governo chinês, no exílio.

A defesa da unificação chinesa já havia sido feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril de 2023. Durante viagem a Pequim, o petista assinou uma declaração conjunta com o presidente chinês, Xi Jinping, na qual diz reconhecer que “Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”.

“A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito”, diz o documento.

Vice-presidente da ilha, o médico Lai Ching-te venceu a eleição presidencial de Taiwan no último sábado (13). Em seu primeiro pronunciamento, disse estar determinado a "proteger Taiwan das ameaças e intimidação da China".

Ele também afirmou que "o povo de Taiwan resistiu com sucesso aos esforços de forças externas que queriam influenciar as eleições" e que usará o diálogo no lugar do confronto e que está disposto a conversar com a China “com base na dignidade e na paridade”.

No período que antecedeu as eleições, a China denunciou repetidamente Lai como um separatista perigoso e rejeitou os seus apelos por diálogo. O Ministério de Defesa chinês afirmou nesta sexta-feira (12), um dia antes da eleição, que o Exército está em alerta e vai tomar todas as ações necessárias para "esmagar" qualquer plano de independência de Taiwan.

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