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Após anos de atritos, Michelle Bolsonaro faz gesto para Carlos e irmãos

Pela primeira vez em público, Michelle reuniu ao seu lado os filhos do ex-presidente e pediu aplausos a Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos.

Em gesto raro, Carlos Bolsonaro coloca a mão no ombro da madrasta em sinal de aproximação após anos de atrito. | Foto: Reprodução
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O ato promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro neste domingo (7), na Avenida Paulista, teve um roteiro mais carregado de simbologias do que o registrado em março, em Copacabana. A participação de sete governadores, os ataques mais incisivos ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e as homenagens feitas em inglês por Bolsonaro aos “popcorn and ice cream sellers” — como chamou os presos por envolvimento nos atos de 8 de janeiro — compuseram a cena. Mas foi um movimento inédito da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que surpreendeu o público e marcou o tom do evento.

🤝 Gesto de aproximação familiar

Pela primeira vez em público, Michelle reuniu ao seu lado os filhos do ex-presidente e pediu aplausos a Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos. “Obrigado, madrasta”, disse o deputado, em uma live posterior, agradecendo o apoio.

O momento foi interpretado como uma tentativa de demonstrar coesão familiar, algo que vinha sendo ofuscado pelas tensões entre Michelle e os filhos de Bolsonaro, especialmente Carlos. Em março, durante entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, Michelle revelou:
“Não desejo nenhum mal para ele, mas é uma pessoa que eu não quero conviver”, disse, sem detalhar as razões do distanciamento.

Bolsonaro também já havia admitido o mal-estar familiar. Em conversa com o jornalista Leo Dias, declarou:
“Tem um problema lá atrás. A Michelle tem seu gênio, talvez, algum problema de ciúme”.

No encerramento do ato, Michelle chamou ao palco Flávio, Carlos e Jair Renan. “Aqui estão os três meninos do meu marido”, disse ela. Carlos, então, retribuiu o chamado com um gesto simbólico: pousou a mão no ombro da madrasta — algo inédito nas aparições públicas do clã nos últimos anos.

💄 O “batonzaço”

Outro momento emblemático do ato foi protagonizado por Michelle. Ela ergueu um batom em meio ao discurso, levando centenas de apoiadoras e apoiadores a repetirem o gesto. O ato fazia referência a Débora Rodrigues dos Santos, presa por pichar “Perdeu, mané” em uma estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal. A imagem do “batonzaço” repercutiu nas redes bolsonaristas como símbolo de resistência.

📊 Cenário eleitoral

Embora Bolsonaro continue afirmando que não pretende lançar a esposa como candidata à Presidência, os números recentes indicam que ela tem forte apelo popular. Segundo levantamento da Quaest divulgado na semana passada, Michelle aparece como a principal figura da direita num eventual confronto com o presidente Lula em 2026: 38% das intenções de voto contra 44% do petista.

Outros nomes da direita testados ficaram atrás: Tarcísio de Freitas (37%), Ratinho Jr. e Pablo Marçal (ambos com 35%), Eduardo Bolsonaro (34%), Romeu Zema (31%) e Ronaldo Caiado (30%).

Apesar das especulações, Bolsonaro reafirma que ela deve disputar o Senado. A única vez em que aventou a hipótese de vê-la disputando o Planalto foi em janeiro, à CNN Brasil, quando disse:
“Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”.

💍 Perfil da ex-primeira-dama

Michelle tem 42 anos — poucos meses mais velha que Carlos — e é a terceira esposa de Jair Bolsonaro. Está casada com o ex-presidente há mais de 17 anos e é mãe de Laura, a filha mais nova do casal. Já os filhos mais velhos de Bolsonaro são fruto do casamento com Rogéria Bolsonaro (Flávio, Carlos e Eduardo) e de sua união com Ana Cristina Valle (mãe de Jair Renan).

Os atritos entre Michelle e os filhos do primeiro casamento de Bolsonaro são conhecidos nos bastidores políticos e já foram apontados como um dos principais entraves para sua ascensão como figura de liderança eleitoral.

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