O educador físico Allan Lucena, conhecido por seu trabalho com figuras públicas em Brasília e pela amizade com Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, quebrou o silêncio nesta quarta-feira (26) após a revelação de que foi alvo da chamada “Abin Paralela”, estrutura informal de espionagem investigada pela Polícia Federal.
Lucena foi citado em mensagens trocadas por agentes da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, em que foi chamado de “drogado”, “viado” e “rubroneca” — este último termo usado de forma pejorativa para se referir a torcedores do Flamengo. Em tom firme e irônico, o personal trainer reagiu à divulgação das ofensas e fez questão de esclarecer os pontos em nota oficial publicada nas redes sociais.
"Fui citado em uma matéria que trata de uma suposta estrutura de espionagem ligada a interesses políticos. E, de forma totalmente leviana, fui rotulado com termos como 'drogado', 'viado' e, pasmem, 'flamenguista'", escreveu.
► "Sou profissional da saúde. E corinthiano com orgulho"
Na nota, Lucena refuta as acusações que considera absurdas e ofensivas. “Não sou drogado. Sou profissional da área da saúde, educador físico, e vivo exatamente o oposto do que esse termo representa”, afirmou, lembrando sua atuação com foco em saúde, performance e longevidade funcional.
Em tom bem-humorado, ele ironizou a acusação de ser flamenguista. “Essa foi a única parte realmente ofensiva. Sou CORINTHIANO com muito orgulho”, enfatizou.
Sobre a insinuação a respeito de sua orientação sexual, foi direto: “E quanto ao terceiro rótulo: não é quem sou, não me atinge e não me abala”.
► Medidas legais a caminho
Lucena afirmou ainda que não pretende alimentar polêmicas, mas que a justiça será acionada no tempo certo. “Meu advogado, Luiz Gustavo, tomará as devidas medidas legais contra o Estado e mídia no momento oportuno”, declarou.
► Alvo da estrutura paralela de espionagem
A menção a Lucena surgiu nas investigações da Polícia Federal sobre a “Abin Paralela”, estrutura que teria sido usada para monitorar adversários e proteger interesses da família Bolsonaro. Em mensagens de 2020, um dos servidores envolvidos escreveu que era preciso “explodir” Allan Lucena. Outro agente chegou a questionar se ele estaria “detonando o PR” (Presidente da República). A resposta foi: “Negativo. Tá iludindo o 04 do PR. Mas o cara é viado, drogado e rubroneca”.
Lucena teve relação próxima com Jair Renan, sendo inclusive sócio do filho do ex-presidente em uma empresa investigada por suposto tráfico de influência. Apesar disso, manteve sua atuação profissional como referência na área do treinamento físico de alto nível.