O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou, nesta terça-feira (9), as pressões externas em torno do julgamento da chamada trama golpista. Ao apresentar seu voto, ele rebateu críticas e enfatizou que apenas os autos orientam a decisão dos magistrados.
“Eu me espanto em imaginar que alguém chega no Supremo e vai se intimidar com um tuíte. Será que as pessoas acreditam que um tuíte de uma autoridade, de um governo estrangeiro, vai mudar um julgamento no Supremo? Será que alguém imagina que um cartão de crédito ou o Mickey vai mudar um julgamento no Supremo?”, questionou Dino.
Pressões externas
O ministro reconheceu que há até ameaças de governos estrangeiros relacionadas ao processo, mas ressaltou que essas tentativas não afetam a análise do STF.
“O que torna esse julgamento digno de debate público são fatores que em nada impactam o desfecho. Há coações, até ameaças. Mas não há, nos votos, nenhum tipo de recado. O que há é o exame estrito do que está nos autos”, disse.
Julgamento “como outro qualquer”
Dino também frisou que a avaliação do caso não tem caráter excepcional.
“Esse julgamento não é excepcional, não é um julgamento diferente dos que nossos colegas fazem país afora”, afirmou.