Alepi discutiu criminalização dos movimentos sociais

A idéia foi ouvir a pauta de reivindicações da categoria e abrir um canal de diálogo com os órgãos ligados a reforma agrária.

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O cine-teatro da Assembléia Legislativa foi palco de uma audiência pública para discutir a criminalização dos movimentos sociais no Piauí. A audiência atendeu a um requerimento do deputado estadual Cícero Magalhães (PT) e reuniu militantes dos movimentos sociais do Estado, além de representantes dos órgãos ligados ao assunto. A idéia foi ouvir a pauta de reivindicações da categoria e abrir um canal de diálogo com os órgãos ligados a reforma agrária.

O deputado Cícero Magalhães ressaltou a necessidade de se avançar na reforma agrária. Segundo ele, há mais de 400 mil pessoas vivendo ?debaixo de lonas? a espera de políticas públicas que venham a beneficiar os homens do campo. ?Não podemos aceitar estar no século XXI e termos grandes latifúndios improdutivos enquanto há famílias que lutam por um pedaço de terra para sobreviver. Além disso, os recursos que são destinados à agricultura familiar são minguados e as famílias do campo sofrem preconceitos da sociedade?, citou.

Magalhães criticou ainda a falta de sensibilidade do Poder Judiciário que retira centenas de famílias através de mandatos de reintegração de posse. ?Somente no Piauí, temos mais de 250 mil pessoas que vivem em áreas que nunca tiveram solução efetiva por parte do poder público. A Justiça manda retirar essas pessoas que ficam sem ter para onde ir e sem ter como produzir, nem mesmo para garantir sua sobrevivência?, emendou.

Representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), Claudemir Vieira, mais conhecido como ?Neguinho do MST?, fez questão de lembrar que a dívida que o país tem com a reforma agrária é histórica. ?Nossa grande batalha é combate o latifúndio. E precisamos contar com a ajuda e fiscalização dos nossos parlamentares para que não sejamos vozes isoladas nessa cobrança?, cobrou, lembrando que o MST vem sendo alvo constante de instalação de CPIs por criticar o modelo de partilha de terras existente no país. ?Vamos continuar lutando e ocupando latifúndios improdutivos, porque 98% das famílias assentadas, só conseguiram esse feito sob pressão?, avisou.

Ao final da audiência, o deputado Magalhães garantiu que buscará um canal de diálogo entre os trabalhadores rurais e demais órgãos, como o Poder Judiciário para que seja feita uma negociação das pautas de reivindicação dos trabalhadores junto aos órgãos competentes. (M.M)

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