O advogado Rodrigo Roca, renunciou à defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na Presidência da República. Cid foi preso na última quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF), em operação que apura um esquema de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
"Renuncio à defesa dos interesses do Cel. Mauro Cid nos inquéritos em que figura como investigado, por razões de foro profissional e impedimentos familiares da minha parte", disse em nota enviada à jornalista Andreia Sadi, nesta quarta-feira (10).
Segundo o colunista Aguirre Talento, do UOL, interlocutores do tenente-coronel informaram que a família de Mauro Cid busca uma linha de defesa mais independente do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses interlocutores afirmam que havia um incômodo por declarações públicas de Roca alinhadas à Bolsonaro em relação ao caso. Rodrigo advogou para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das "rachadinhas" e, em 2022, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como Secretário Nacional do Consumidor (Senacon).
Agora, Mauro Cid tem, para sua defesa, o advogado criminalista Bernardo Fenelon, que é especialista em crimes do colarinho branco e colaboração premiada.
Entenda o caso
Na semana passada, a Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília na operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das "milícias digitais" que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão do ministro, ele considerou "plausível" a linha de investigação da Polícia Federal de que grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas no ConectSUS para obter vantagens ilícitas. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos foram presos durante a operação.