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Advogado de Braga Netto diz que Cid mentiu sobre dinheiro em caixa de vinho

Defesa afirma que delação de Mauro Cid tem versões contraditórias e pede revogação do acordo premiado

Advogado do general Braga Netto após acareação no STF | Foto: Reprodução/G1
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A defesa do general Walter Braga Netto afirmou, nesta terça-feira (24), que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu ao relatar um suposto repasse de dinheiro entregue em uma caixa de vinho. A acusação foi feita após audiência de acareação entre os dois réus, no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Segundo o advogado José Luís de Oliveira Lima, que representa Braga Netto, Cid apresentou uma nova versão dos fatos durante o encontro, que foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Ele se contradisse mais ainda. Agora trouxe um terceiro local onde o dinheiro teria sido entregue. Não apresentou nenhuma prova”, disse o advogado.

Clima tenso e questionamentos

A audiência, que durou quase duas horas, colocou frente a frente os investigados sobre a suposta trama golpista. Durante o encontro, Braga Netto teria chamado Cid de “mentiroso”, momento em que, segundo a defesa, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro abaixou a cabeça.

Um dos pontos centrais da acareação foi o depoimento anterior de Mauro Cid à Polícia Federal, no qual ele relatou que Braga Netto teria lhe entregue dinheiro dentro de uma caixa de vinho para financiar o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”. O general nega qualquer envolvimento com a entrega e afirma que não há provas que sustentem a versão de Cid.

Impasse e próximos passos

A defesa de Cid, por sua vez, reafirmou que ele manteve o que havia dito nos depoimentos anteriores, sem apresentar contradições. Já os advogados de Braga Netto argumentam que as mudanças de versão fragilizam a colaboração premiada do tenente-coronel e pretendem pedir, novamente, a anulação do acordo.

Além da presença de Moraes, a audiência também contou com o ministro Luiz Fux. A defesa de Braga Netto criticou o fato de a sessão não ter sido gravada ou transmitida, e disse que questionará a decisão judicial “dentro do processo”.

Outra acareação está prevista nos próximos dias, desta vez entre o ex-ministro Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes, também réus na chamada “ação do golpe”.

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