O chefe da Casa Civil, Aderson Lago, teria sido benefici?rio de conv?nios na ?rea da sa?de n?o apenas no munic?pio de Caxias, como j? denunciado por O Estado. Ele operou o mesmo esquema tamb?m em Mata Roma, segundo denunciou ontem a bancada de oposi??o na Assembl?ia Legislativa. Foi de Mata Roma que dois assessores de Aderson Lago - um deles seu primo - receberam mesada, durante um ano, em plena campanha eleitoral de 2006. De acordo com a den?ncia, o desvio envolvendo Aderson, seus auxiliares, o prefeito Lauro Pereira Albuquerque, o Graxal, e a Secretaria de Sa?de chegou a R$ 1,2 milh?o. O dinheiro deveria ser usado para ?manuten??o hospitalar no munic?pio?.
Augusto Lago, primo e secret?rio-adjunto do chefe da Casa Civil, e Hermildo Barbosa, assessor do gabinete, recebiam R$ 17 mil, mensalmente, repassados em cheque pela empresa Espont?nea Material Hospitalar Ltda. ?Esse dinheiro era sacado na boca do caixa da ag?ncia do Banco do Brasil. Um m?s ia o Augusto, outro m?s ia o Hermildo. Esse esquema durou, pelo menos, um ano?, denunciou o l?der da Oposi??o, Ricardo Murad (PMDB), baseado em documentos que ser?o encaminhados ? Procuradoria da Rep?blica, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ? Pol?cia Federal (PF).
O esquema em Mata Roma funcionava assim: a Secretaria de Sa?de depositava R$ 100 mil por m?s na conta 5048-2, aberta pela Prefeitura no Bradesco. Outros R$ 5 mil eram depositados como contrapartida do munic?pio. De janeiro a dezembro de 2006, o total movimentado chegou a R$ 1.260.000,00.
Ap?s o dep?sito das parcelas, a Prefeitura repassava R$ 50 mil ? Espont?nea Material Hospitalar Ltda. Destes R$ 50 mil ? que sa?am os R$ 17 mil entregues a Augusto Lago ou Hermildo Barbosa. Para Ricardo Murad, eles agiam como testas-de-ferro do atual chefe da Casa Civil. ?Est? provado cabalmente que Aderson Lago participou do esquema de corrup??o de Jos? Reinaldo com as prefeituras no interior?, disse o parlamentar.
Em fam?lia
Os outros R$ 50 mil do conv?nio percorriam caminho diferente, mas continuava entre familiares de Aderson Lago, o prefeito Graxal ou seus assessores. Algo em torno de R$ 30 mil eram divididos em sal?rios de R$ 5 mil para m?dicos e dentistas. Duas dentistas s?o irm?s do ent?o secret?rio municipal de Sa?de, Gustavo Adriano Matos Corr?a, atual presidente da C?mara Municipal de Mata Roma. Outro era Evaldo Barbosa, irm?o de Hermildo Barbosa.
A Gr?fica Editora Escolar ficava com R$ 10 mil. Essa empresa foi respons?vel, entre outras coisas, pela impress?o das fichas cadastrais de rec?m-nascidos e parturientes, cujo assunto foi alvo de den?ncia de O Estado. Os outros R$ 10 mil ficavam com a Distribuidora GM, de Floriano (PI). Segundo denunciou Ricardo Murad na tribuna da Assembl?ia, os R$ 10 mil que seriam repassados para a gr?fica, na verdade eram repassados ao filho do prefeito Graxal, Bezaliel Pereira Albuquerque. ?Apenas 5% do valor ficavam com a gr?fica, para pagar o imposto da nota?, denunciou o parlamentar.
Os documentos em poder da oposi??o mostram que, a exemplo de Caxias, o desvio comandando pelo chefe da Casa Civil em Mata Roma levou 100% dos recursos que deveriam ser usados no atendimento ? popula??o do munic?pio. ?Foi com este dinheiro que o governador patrocinou a campanha dos seus aliados. E estes nem se incomodavam em usar os pr?prios parentes como testas-de-ferro?, declarou Murad.