O anúncio do Acordo Mercosul-União Europeia nesta semana é mais um destaque do governo Lula no cenário internacional. No entanto, a burocracia para a assinatura do acordo é longa e deve levar mais de seis meses.
Diplomatas brasileiros falam em um “longo processo” para traduzir o acordo do original, em inglês, para 23 línguas. Além disso, o documento passa por um processo de revisão jurídica. E, mesmo depois da assinatura, ainda é necessária a aprovação interna em cada país.
Em resumo, o acordo de livre-comércio significa o aumento do comércio entre países da América do Sul e da Europa, com redução de barreiras, como as tarifas cobradas em exportações.
Isso pode representar a modernização das fábricas brasileiras e uma maior integração do país às redes de produção dos países europeus. Depois da China, a União Europeia é o principal parceiro comercial do Brasil.
Assim, o acordo deve afetar o setor automobilístico da China, já que a suspensão de tarifas para carros da Europa altera a competitividade das marcas chinesas.
Da mesma maneira, o setor agrícola da França teme que o acordo prejudique a competitividade de seus produtos. A ministra de Comércio Exterior da França, Sophie Primas, disse que vai lutar contra a aprovação do acordo, quando houver a votação interna.
O acordo abrange uma população de 718 milhões de pessoas, de economias que representam um total de US$ 22 trilhões.
Além do financeiro
A diplomacia brasileira avalia que, além de ocasionar impactos financeiros, o acordo entre América do Sul e Europa representa muito para o meio ambiente e para a democracia, tendo em vista o atual cenário global de conflitos armados, governos protecionistas e ameaças unilaterais.