O estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido motivo de preocupação entre aliados e familiares. Desde que passou a cumprir prisão domiciliar, as descrições públicas sobre sua condição apontam para fragilidade física e emocional.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi um dos que mais detalhou a situação: “Eu que acompanho o dia a dia dele, que ele sofre o tempo todo com soluço, passando mal, vomitando. Se [os ministros do STF] botarem ele na cadeia, é porque querem matar o Bolsonaro. Eu espero que não exista esse espírito no Supremo, de querer matar o presidente”, disse em entrevista à Folha.
Saúde debilitada
Nogueira também comparou o momento atual com episódios anteriores: “Ele está muito pior do que em 2022, quando perdeu a reeleição, teve erisipela e ficou deprimido no Palácio da Alvorada”. Segundo o ex-ministro, o quadro atual inspira atenção especial: “Está triste. Não está se alimentando bem. Isso é uma preocupação que eu tenho. Ele está muito debilitado. Tirar o celular do Bolsonaro, que é o tempo todo se comunicando. E uma das coisas que mais dava vitalidade a ele é a rua”.
Relatos da família
As falas dos familiares também reforçam a percepção de desgaste físico. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) relatou no último dia 29: “O velho [Bolsonaro] está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco”.
Visitas monitoradas
Durante o período de prisão domiciliar, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que filhos e cunhados tenham acesso a Bolsonaro sem necessidade de pedido formal. Para outras visitas, é necessário seguir os trâmites judiciais. Pessoas próximas que estiveram com ele recentemente descrevem um ex-presidente “desanimado, indignado e fragilizado”.
Tentativas de otimismo
Apesar do cenário, alguns aliados buscam destacar aspectos positivos. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou: “Ele estava sereno, ainda que soluçando muito”. Já o presidente do PL declarou em 25 de agosto que Bolsonaro se encontra muito abatido, mas acrescentou: “Se estivesse livre, ele sarava na hora. O estado moral dele é por causa disso”.
Expectativa de condenação
O próprio Bolsonaro já indicou não ter esperanças de absolvição. Em março, disse em entrevista à Folha: “Uma prisão representaria o fim da minha vida”.