Em fevereiro de 2025, o Senado e o Congresso Nacional podem ver o retorno de um ex-presidente ao comando. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é considerado o principal candidato para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apesar de ainda faltarem nove meses para a eleição.
Alcolumbre, anteriormente considerado um parlamentar reservado, presidiu o Senado de 2019 a 2021. Durante seu mandato, ele manteve uma relação amigável com o governo de Jair Bolsonaro (PL), que apoiou sua ascensão ao cargo. Simultaneamente, evitou conflitos com a oposição e formou alianças com o MDB, partido que derrotou na eleição para a presidência do Senado em 2019.
COMO É A RELAÇÃO COM O GOVERNO LULA III?
Sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alcolumbre mantém uma boa relação e uma certa influência, tendo indicado ministros para a Esplanada. Embora tenha algumas divergências ideológicas com a esquerda, ele é bem visto por muitos governistas, incluindo membros do PT.
Mesmo sem estar no comando do Legislativo, Alcolumbre ainda é chamado de "meu presidente" por alguns colegas no Senado, sinalizando sua contínua influência. Além disso, ele preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Parlamento, o que lhe confere poder de negociação com senadores, setores da sociedade e outros Poderes.
ALIANÇA COM RODRIGO PACHECO
Alcolumbre também é próximo de Rodrigo Pacheco, tendo sido um dos principais apoiadores de sua vitória em 2021 e 2023. Pacheco confia a Alcolumbre a articulação de projetos significativos e apoia sua candidatura para a eleição do próximo ano. Essa aliança é importante para conter possíveis candidatos do PSD, o partido com a maior bancada no Senado.
Além disso, Alcolumbre tem apoio de quase todas as bancadas no Senado, da esquerda à direita. Embora o MDB considere lançar um candidato próprio, algumas de suas lideranças tendem a apoiar Alcolumbre.
PL PODE APOIAR ALCOLUMBRE. A VERDADEIRA FRENTE AMPLA?
Na oposição, o PL, partido de Jair Bolsonaro, está dividido sobre lançar um candidato próprio. Rogério Marinho (RN) e Tereza Cristina (MS) são possíveis nomes, mas a derrota de Marinho para Pacheco em 2023 levou o bloco oposicionista a ser excluído da divisão das presidências das comissões. Alguns membros do PL acreditam que apoiar Alcolumbre pode garantir acesso a posições importantes no comando do Senado e na Mesa Diretora, dada a grande bancada do partido.
Bolsonaristas não têm resistência significativa a Alcolumbre. Como presidente da CCJ até janeiro de 2025, ele já tratou de questões como a PEC que criminaliza o porte de drogas e a PEC que limita decisões monocráticas de ministros dos Tribunais Superiores.
AS AVULSAS - Outras candidaturas também estão surgindo. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi a primeira a anunciar sua pré-candidatura em março, com apoio oficial de seu partido. Candidaturas independentes também são possíveis, como a de Eliziane Gama (PSD-MA), que está buscando apoio da bancada feminina. No PSD, outro possível candidato é Ângelo Coronel (PSD-BA), que já lançou