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93 anos do voto feminino: participação política das mulheres ainda é desafio no Brasil

Apesar de serem maioria no eleitorado, mulheres representam apenas 18% dos vereadores eleitos em 2024

Apesar de serem maioria no eleitorado, mulheres representam apenas 18% dos vereadores eleitos em 2024 | Foto: TV Globo/Reprodução
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O voto feminino completa 93 anos nesta segunda-feira (24), mas a participação das mulheres na política ainda está muito abaixo do esperado. Oficializado em 1932, o direito ao voto foi um marco importante, porém os dados das últimas eleições mostram que a representatividade feminina continua sendo um desafio.

queda de candidaturas femininas em 2024

As mulheres representam a maioria do eleitorado brasileiro (52%), mas foram apenas 34% das candidaturas nas últimas eleições, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar das cotas de gênero e dos recursos públicos destinados às candidaturas femininas, houve uma queda significativa de 27 mil candidaturas de mulheres para vereadoras nas eleições de 2024.

Destaca Nahomi Helena, advogada especialista em direito eleitoral e político do escritório Vernalha e Pereira.

Os resultados do último pleito mostram que as mulheres eleitas para vereadoras representam 18,2% do total, enquanto os homens ocupam 81,8% das cadeiras nas câmaras municipais. Isso significa que, em média, há menos de duas mulheres para cada dez vereadores eleitos no país. Nas capitais, apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas em 2024: Emília Corrêa (PL), em Aracaju, e Adriane Lopes (PP), em Campo Grande. Em 2020, apenas uma prefeita de capital havia sido eleita.

posição do brasil no cenário internacional

No cenário internacional, o Brasil ocupa a 135ª posição no ranking da União Interparlamentar (IPU) sobre a presença de mulheres em parlamentos, entre 190 países. Especialistas afirmam que a maior participação feminina na política pode impulsionar a discussão de pautas essenciais, como violência doméstica, licença-maternidade e igualdade salarial.

mais leis votadas para os direitos das mulheres

O Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) aponta que, desde 1994, o aumento da presença feminina no Congresso Nacional, embora lento, resultou em mais leis voltadas para os direitos das mulheres. 

O direito ao voto abriu caminhos, mas garantir a efetiva participação das mulheres nos espaços de poder ainda é um desafio. É necessário fortalecer políticas públicas e mecanismos de fiscalização para assegurar que as mulheres não apenas concorram, mas tenham condições reais de serem eleitas e exercerem seus mandatos com segurança e autonomia.

Afirma Maitê Marrez, especialista em direito eleitoral e político.

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