Com base nos dados consolidados do Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou na quinta-feira, 24 de janeiro, o gasto per capita com a saúde nas Prefeituras de todo o país. No Piauí, o levantamento aponta que 193 municípios dispensam menos de R$ 400 anualmente com a saúde de cada habitante; o que representa cerca de 86% das cidades piauienses.
O estudo da CFM revela que os municípios menores (em termos populacionais) arcam proporcionalmente com uma despesa per capita maior. Em 2017, nas cidades do país com menos de cinco mil habitantes, as prefeituras gastaram em média R$ 779,21 na saúde de cada cidadão, quase o dobro da média nacional identificada. Além disso, os municípios das regiões Sul e Sudeste foram os que apresentaram uma maior participação no financiamento do gasto público em saúde, consequência, principalmente, de sua maior capacidade de arrecadação.
Miguel Leão tem o maior e Luzilândia o menor gasto
No Piauí, dentre as maiores despesas per capita com a saúde destacam-se os municípios de Miguel Leão (R$ 1.060,80); Vera Mendes (R$ 694,54); São Miguel da Baixa Grande (R$ 621,63); Santo Antônio dos Milagres (R$ 613,28); João Costa (R$ 601,40); Olho D'Água do Piauí (R$ 592,15) e a capital Teresina , com R$ 590,71 dispostos por habitante.
Por outro lado, os municípios piauienses com menor gasto per capita, segundo o CFM, são: Luzilândia (R$ 102,56); Esperantina (R$ 108,59); Pedro II (R$ 112,69); Luís Correia (R$ 115,42); Barras (R$ 118,00); Batalha (R$ 121,80) e Beneditinos (R$ 128,76). Cidades como Altos e São João do Piauí também aparecem com menos de R$ 150 gasto para cada habitante por ano na saúde.
Ainda de acordo com o CFM, em âmbito nacional, entre os mais altos valores per capita, estão os das duas menores cidades do País. Com apenas 839 habitantes, Borá (SP) lidera o ranking municipal, tendo aplicado R$ 2.971,92 para cada um dos 812 munícipes. Em segundo lugar, aparece Serra da Saudade (MG), cujas despesas em ações e serviços de saúde alcançaram R$ 2.764,19 por pessoa.
Na outra ponta, entre os que tiveram menor desempenho na aplicação de recursos, estão três cidades de médio e grande porte, todas situadas no estado do Pará: Cametá (R$ 67,54), Bragança (R$ 71,21) e Ananindeua (R$ 76,83).
Entre as capitais, Campo Grande (MS) assume a primeira posição, com gasto um anual de R$ 686,56 por habitante. Em segundo e terceiro lugares aparecem São Paulo (SP) e Teresina (PI), onde a gestão local desembolsou, respectivamente, R$ 656,91 e R$ 590,71 por habitante em 2017. Na outra ponta, com os menores gastos per capita, estão situadas Macapá (AP), com R$ 156,67; Rio Branco (AC), com R$ 214,36; além de Salvador (BA) e Belém (PA), onde os valores ficaram próximos de R$ 245 por pessoa.