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8 de janeiro: Alexandre de Moraes vota para condenar 5 da antiga cúpula da PM

Julgamento ocorre no plenário virtual, entre ministros da Primeira Turma

Alexandre de Moraes | Foto: Antonio Augusto/STF
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira para condenar a 16 anos de prisão cinco integrantes da antiga cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) por omissão nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Ele também votou pela absolvição de outros dois réus.

O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma, com previsão de encerramento em 5 de dezembro.

Quem são os condenados

Moraes votou pela condenação dos cinco réus de patente mais alta, todos coronéis da PM-DF. Entre eles:

  • Fábio Augusto Vieira, comandante-geral no dia 8 de janeiro;

  • Klepter Rosa Gonçalves, vice-comandante que assumiu o posto após o afastamento e prisão de Vieira;

  • Jorge Naime Barreto e Paulo José Ferreira de Souza, chefe e subchefe do Departamento de Operações;

  • Marcelo Casimiro, comandante do 1º Comando de Policiamento Regional, responsável pela Esplanada dos Ministérios.

Crimes imputados e argumento de Moraes

Os cinco foram considerados culpados pelos quatro crimes atribuídos pela Procuradoria:

  • Golpe de Estado,

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito,

  • Dano qualificado,

  • Deterioração de patrimônio tombado.

Segundo o relator, houve “coautoria por omissão funcional dolosa”. Para Moraes, não ocorreram apenas falhas pontuais, mas sim “uma atuação omissiva, dolosa e estruturada”, iniciada ainda antes do segundo turno das eleições de 2022.

Plano de segurança insuficiente

O ministro considerou que a cúpula da PM tinha conhecimento do potencial destrutivo dos atos planejados, mas mesmo assim elaborou um plano de segurança insuficiente, que:

  • utilizava efetivo reduzido,

  • colocava policiais recém-formados,

  • mantinha agentes apenas de sobreaviso,

  • não previa barreiras eficazes,

  • e contava com a ausência dos comandantes nas áreas críticas.

Absolvidos: “sem autonomia” e atuação efetiva

Por outro lado, Moraes votou pela absolvição do major Flávio Silvestre Alencar e do segundo-tenente Rafael Pereira Martins, que atuaram no pelotão de choque.

  • Alencar foi classificado como “executor tático, sem autonomia para decisões estratégicas”, embora tenha falhado em algumas ações.

  • Martins, segundo Moraes, “coordenou ações efetivas de retomada”, garantindo a reocupação do STF e da Câmara dos Deputados, além de conduzir prisões e dispersões na Praça dos Três Poderes.

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