8/1: Torres joga culpa na PM e diz ter viajado 'extremamente tranquilo'

O ex-ministro alegou que o vandalismo só teria atingido aquele nível de destruição caso 'caísse uma bomba'

Anderson Torres - ex-ministro da Justiça | Cristiano Mariz
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Na manhã desta terça-feira (08), em seu depoimento à CPI dos Atos Golpistas, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que o planejamento de segurança para a depredação do dia 8 de janeiro não sinalizava qualquer risco de ruptura ou eventos de terrorismo como os ocorridos naquela data. Ele alegou que, de acordo com os planos de monitoramento, o vandalismo só teria atingido aquele nível de destruição caso "caísse uma bomba".

Na época, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal, e antes dos eventos que resultaram em depredações nas sedes dos Três Poderes, ele havia viajado para fora do país. Ele explicou que quando partiu, a situação dos acampamentos estava calma, e não havia informações de inteligência sobre possíveis incidentes.

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"Naquela sexta-feira, os acampamentos estavam praticamente desmontados, ele [General Dutra] precisava da secretaria de Desenvolvimento Social para tirar os vulneráveis, os moradores de rua, antes de fazer o desmonte final do acampamento. Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”, afirmou.

O ex-ministro também enfatizou que, se a Praça dos Três Poderes tivesse sido efetivamente isolada, os ataques antidemocráticos não teriam ocorrido. Ele destacou que o Plano de Ações Integradas que deixou assinado foi uma medida preventiva para garantir a segurança no local.

"Eu viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores. Primeiro, as imagens do acampamento daquele dia e, segundo, o PAI [Plano de Ações Integradas] que ficou assinado com as determinações para as instituições e órgãos e agências trabalharem no dia do 8 de janeiro", admitiu. 

Uso de tornozeleira eletrônica

Durante o depoimento, Torres estava com tornozeleira eletrônica, uma das medidas cautelares determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após sua soltura em maio. Torres é investigado pelo STF por suposta omissão na montagem do esquema de segurança durante os atos de vandalismo.

O ex-ministro também foi questionado pelos parlamentares sobre um documento encontrado pela Polícia Federal (PF) em sua residência, conhecido como "minuta do golpe", que propunha a decretação de estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Ele alegou que o documento era “fantasioso” e “aberração” sem “validade jurídica”.

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