Nesta quinta-feira, 20 de abril, o Ministério da Justiça entregou à CGU (Controladoria-Geral da União) um relatório sobre as fiscalizações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022. O documento mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, o que representa 47,5% do total de fiscalizações, contra 571 no Sudeste, entre os dias 28 e 30 de outubro. No total, foram 48 ônibus retidos na região Nordeste, o que representa 64% do total de 74 ônibus retidos em todo o país.
O relatório levanta suspeitas de que as fiscalizações possam ter sido direcionadas a prejudicar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na época figurava com uma vantagem acachapante contra Jair Bolsonaro (PL-RJ). Na ocasião, a PRF era comandada pelo bolsonarista Anderson Torres, que atualmente está preso preventivamente por conta de sua atuação durante os atos terroristas de 8 de janeiro.
O líder da operação de fiscalização era o bolsonarista Silvinei Vasques, então diretor-geral da PRF, que um dia antes do segundo turno declarou voto em Bolsonaro, o que é vedado a agentes públicos.
Os números mostram que houve uma concentração significativa de fiscalizações no Nordeste durante o segundo turno das eleições, o que pode levantar questionamentos sobre a imparcialidade da PRF na época.