O programa Mais Médicos recebeu a inscrição de 18.450 de profissionais interessados em trabalhar em regiões carentes do País, porém, segundo o ministério, 8.307 pedidos tinham números inválidos de registro em conselhos regionais de medicina. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (26).
Segundo a pasta, os profissionais têm até o próximo domingo (28) para corrigir possíveis erros de digitação, de acordo com o ministro da saúde, Alexandre Padilha.
? Tem algumas situações de erro de digitação, alguns formandos já pediram o CRM mas ainda não receberam o número. Eles têm até domingo à noite para saber se houve erro, inconsistência.
Segundo o ministro, a PF vai usar os dados para apurar uma suposta sabotagem. Após o lançamento da pacote, surgiram denúncias de um suposto boicote ao programa.
? A PF [Polícia Federal] tem o seu processo de investigação, com certeza esses dados serão mais elementos de acompanhamento. A Polícia Federal tem uma ação totalmente independente do Ministério da Saúde, o processo de conclusão do processo, do cruzamento de dados dará mais elementos para a investigação da polícia.
Na primeira etapa do programa 3.511 municípios se inscreveram para receber profissionais, 63% dos municípios brasileiros, destes 92% são considerados prioritários pelo governo.
Estrangeiros
O programa recebeu a inscrição de com 1.920, de 61 países. A maior parte dos pedidos vieram da Espanha, Argentina e Portugal. Esses médicos terão até o dia 8 de agosto para anexar os documentos necessários e concluírem as inscrições.
Ações na Justiça
Contrárias ao Mais Médicos, entidades médicas ajuizaram ações na Justiça desde a semana passada. Na terça-feira (23), a AMB (Associação Médica Brasileira) entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo a anulação do programa. No pedido, a associação questiona a falta de urgência e relevância do pacote do governo e a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil sem a validação de diplomas.
No mesmo dia, a Fenam (Federação Nacional dos Médicos), entidade que congrega os sindicatos da categoria, também ajuizou uma ação civil pública na Justiça Federal contra o programa Mais Médicos.
Já o CFM (Conselho Federal de Medicina) ingressou com ação no dia 9 de julho. O órgão questiona a vinda dos médicos estrangeiros sem validação de diplomas, a falta de comprovação do domínio da língua portuguesa pelos candidatos e a criação do que chamou de "subcategorias de médicos, com limitação territorial".