Enquanto os dois últimos candidatos do PSDB à Presidência da República, José Serra, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, concentram-se na disputa pelo poder na capital paulista, o senador mineiro Aécio Neves aproveita a agenda livre durante o ano eleitoral, circula pelo país em eventos de seu partido e faz campanha para se consolidar como a principal aposta da sigla para disputar o Planalto em 2014.
Um exemplo claro da estratégia de Aécio pôde ser visto na sexta-feira (25), quando ele foi foi recebido por cerca de 2.000 pessoas em Belo Horizonte, durante encontro regional dos tucanos de Minas Gerais, fez discurso de candidato presidencial e chegou a ser carregado por militantes ao fim do evento.
?O Brasil tem os olhos em Minas Gerais. Uns apreensivos, outros a favor e alguns contra. O resultado eleitoral no Estado em 2012 é que vai garantir o caminho da nossa participação no pleito de 2014?, afirmou Aécio. ?Minas une o Brasil. Chega de PT. Chega de corrupção?.
Quase sempre ao lado do presidente nacional do PSDB, o deputado federal pernambucano Sérgio Guerra, Aécio voou aproximadamente 20 mil quilômetros em viagens oficiais pela legenda, nos últimos seis meses. Nesse giro, passou por sete capitais brasileiras.
O encontro dos tucanos de Minas Gerais realizado nesta sexta-feira (25), foi o sétimo evento em que o Aécio foi a grande estrela de um encontro do PSDB desde o fim do ano passado, período em que começou a aparecer como principal nome do partido escalado para as reuniões.
O primeiro desses encontros tucanos ocorreu em Goiânia, no fim do ano passado. Nessa ocasião, Aécio e Guerra participaram do encontro nacional da juventude do PSDB e o senador mineiro afirmou ser favorável à realização de prévias para a escolha de candidaturas majoritárias em situações nas quais há mais de um nome à disposição do partido.
?Defendo que se houver mais de uma candidatura é natural que o partido consulte as suas bases. Não existe o PSDB do Serra contra o PSDB do Aécio. Existe o PSDB do Serra, mais o PSDB do Aécio, mais o PSDB do Sérgio Guerra, todos juntos pelo Brasil?.
Em Rio Branco, em março deste ano, no segundo encontro, Aécio falou das acentuadas diferenças entre PSDB e PT.
?O PSDB se apresenta como um partido que pensa diferente do atual governo. Iremos falar do futuro, dos grandes temas nacionais, para mostrar que esse ciclo do governo do PT está no fim", afirmou o senador tucano. "Em benefício do Brasil, precisa ser encerrado, porque perdeu a capacidade propositiva de enfrentar as grandes reformas e os grandes gargalos. Mas isso passa pela etapa municipal?.
Aécio e Guerra ainda estiveram em Cuiabá e Campo Grande, para apresentações de pré-candidatos a vereador e prefeito destes Estados, em março último.
Durante congresso do núcleo sindical do partido, realizado em São Paulo pouco antes das comemorações do 1º de maio, o senador mineiro voltou a falar de Serra, desta vez elogiando o colega tucano, mas com um recado nem tão sutil assim sobre o compromisso que o político paulista assumirá caso vença a disputa pelo comando de São Paulo
?O Serra é uma figura extraordinária do PSDB e vai ser sempre avaliado para todos os postos. Hoje, ele diz com absoluta sinceridade e clareza que, vencendo as eleições, e acreditamos que vença, ele vai ficar na Prefeitura (de São Paulo). Temos que acreditar nisso?, disse Aécio.
De maneira indireta, o político mineiro fez referência às eleições majoritárias de 2006, quando Serra, então prefeito de São Paulo, deixou seu mandato na capital paulista para concorrer e ganhar a disputa ao governo estadual de São Paulo. Na ocasião, Alckmin foi o escolhido pelo PSDB para disputar a eleição presidencial e Aécio se reelegeu como governador de Minas Gerais.
Em maio, o senador mineiro esteve no Recife. Sempre ao lado do presidente nacional do partido, Aécio participou do Congresso Nacional de Mulheres do PSDB e aproveitou para se mostrar simpático à força feminina da sigla. ?Vamos colocar nas ruas candidatas de todas as regiões do Brasil. Com coragem e vibração, para que possamos dar ao PSDB a força que, eventualmente, ainda lhe falte."