Neste domingo (30), os franceses participam do primeiro turno das eleições parlamentares antecipadas, que trazem grandes riscos e podem levar o partido de extrema direita de Marine Le Pen ao poder pela primeira vez na história.
Com a guerra da Rússia contra a Ucrânia em seu terceiro ano e os preços da energia e dos alimentos significativamente mais altos, o apoio ao partido anti-imigração e eurocético União Nacional (RN) tem crescido, apesar das promessas do presidente Emmanuel Macron de conter sua ascensão.
A votação pode levar a extrema direita ao poder na França pela primeira vez desde a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
As seções eleitorais abriram em toda a França continental às 8h00 (06h00 GMT) e fecharão 12 horas depois, seguidas imediatamente por projeções que geralmente antecipam o resultado com certo grau de precisão.
Os eleitores nos territórios ultramarinos da França, espalhados pelo mundo, votaram no início do fim de semana. Aproximadamente 49 milhões de pessoas estão aptas a votar. Eleitores fizeram fila para votar na Nova Caledônia, um território francês no Pacífico, onde as tensões permanecem altas após os tumultos mortais do mês passado.
As eleições para as 577 cadeiras na Assembleia Nacional seguem um processo de dois turnos. A composição do novo parlamento será definida após o segundo turno, em 7 de julho.
"LUTA CONTRA O ÓDIO"
A decisão de Macron de convocar eleições antecipadas, após o forte desempenho do RN nas eleições para o Parlamento Europeu neste mês, surpreendeu aliados e adversários, gerando incerteza na segunda maior economia da Europa.
A bolsa de valores de Paris registrou sua maior queda mensal em dois anos, caindo 6,4% em junho, segundo dados divulgados na sexta-feira. Em um editorial, o diário francês Le Monde disse que era hora de se mobilizar contra a extrema direita.
“Ceder-lhe qualquer poder significa nada menos do que correr o risco de ver tudo o que foi construído e conquistado ao longo de mais de dois séculos e meio ser gradualmente desfeito”, afirmou.