O número de mulheres que ainda são vítimas de violência em Teresina continua grande. Segundo a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), Maria do Amparo de Sousa, Teresina tem hoje cerca de seis mil processos referentes a violência doméstica, o que corresponde a 25% do total de processos da capital.
Dentre os casos de violência, ela destaca como os mais comuns as lesões corporais, ameaças, crimes contra a honra e contra o patrimônio. Segundo a promotora, um dos principais motivos para que esses dados ainda sejam tão significativos é o fato de a nossa cultura ainda ser muito machista e patriarcal, o que traz como consequência muitas mulheres ainda submissas aos homens.
“Antes a mulher nem votava. Até a Constituição de 1988, elas só podiam trabalhar se o marido autorizasse. Então isso é reflexo de mais de dois mil anos”, argumentou.
Em âmbito mundial, os dados são ainda mais alarmantes. Segundo a Organização das Nações Unidas, uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, cerca de 120 milhões de meninas já foram submetidas a sexo forçado e 133 milhões de mulheres e meninas sofreram mutilação genital.
A promotora afirma que uma das saídas possíveis para mudar essa realidade é apostar na mudança dessa cultura de submissão feminina, através de projetos que levem mais informações e conscientização para a população.
“Nós precisamos combater essa cultura sexista, as mulheres precisam ser inseridas no mercado de trabalho, para ganharem empoderamento e saírem dessa situação de submissão”, afirmou a promotora.
Para mostrar a elas os serviços que são oferecidos por vários órgãos na capital, voltados para mulheres, foi realizado na última terça-feira (25), na Praça Rio Branco, no Centro de Teresina, evento em alusão ao Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.
Órgãos como Defensoria Pública, Juizado Especial, Ministério Público Estadual levaram informações de como proceder e que órgão procurar diante das mais variadas situações.
O evento deu início à campanha de Não Violência Contra a Mulher, que dura 16 dias e vai até o dia 10 de dezembro.
Durante todo esse tempo serão realizadas atividades pontuais, voltadas para o combate à violência e a conscientização da população, da importância de dizer não a esses atos violentos contra mulheres.
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