O universitário Igor Melo de Carvalho, baleado por um policial militar reformado, segue apresentando uma boa recuperação na enfermaria do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio. Após deixar o CTI nesta quinta-feira (27), ele deixou um recado:
“Tô aqui me recuperando com a força da minha família, que é a principal força que eu tenho agora, e Deus e os orixás. Eu só peço por justiça. Que a justiça seja feita da melhor forma possível. Peço ajuda pelo meu amigo Thiago, amigo porque temos um laço pela forma como ele me acolheu e acudiu”, declarou. “Orem por mim, orem por ele também. Tô bem, me recuperando, e vou sair dessa bem melhor”, acrescentou o estudante.
Igor perdeu um rim devido ao disparo. Ele já não precisa mais de sonda, conseguiu caminhar e está se sentando. Na quarta-feira (26), familiares e amigos realizaram um protesto silencioso em frente ao hospital, exigindo a prisão de Carlos Alberto de Jesus, autor do disparo, por tentativa de homicídio.
“A gente lutou pela inocência dele, a gente não tinha dúvidas. Agora, a gente quer o Carlos Alberto preso. O que ele fez foi tentativa de homicídio e também está envolvido aí um racismo estrutural escancarado. A bala acerta primeiro o corpo preto, e Igor foi mais uma vítima disso”, afirmou Marina Moura, companheira do estudante.
O policial reformado e sua esposa, Josilene da Silva Souza, acusaram o motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves e Igor, que estava na garupa, de roubo de celular. O PM admitiu ter atirado contra o estudante.
O casal prestou depoimento à polícia duas vezes em um intervalo de 33 horas sobre o suposto assalto na Penha. No entanto, suas versões apresentaram contradições e inconsistências, fazendo com que passassem da condição de vítimas para suspeitos.