A morte de um cobrador durante um assalto a um ônibus, na terça-feira (5), na Ilha do Fundão, no subúrbio do Rio de Janeiro, foi registrada pelo circuito interno de segurança do veículo. Segundo a delegada Valéria de Castro, da 21ª DP (Bonsucesso), as imagens poderão ajudar na identificação dos suspeitos envolvidos no crime.
Segundo a polícia, por volta das 13h de terça, pelo menos cinco homens armados entraram no ônibus, pagaram a passagem e anunciaram o assalto quando o veículo passava pela Cidade Universitária - como é chamado o campus da Universidade Federal do Rio (UFRJ) da Ilha do Fundão.
Nas imagens, um dos criminosos aparece atirando contra o cobrador Ubiraci Siquare dos Santos, de 29 anos, que, segundo a polícia, não tinha reagido. Em seguida, o suspeito coloca um chiclete na lente da câmera do ônibus. Os criminosos fugiram com dinheiro e pertences pessoais dos passageiros.
A vítima ainda foi levada para o Hospital Geral de Bonsucesso, também no subúrbio, mas não resistiu. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Ubiraci foi morto com um tiro no olho esquerdo.
Além das imagens, a delegada informou que pretende ouvir o motorista e testemunhas do crime para colher informações que ajudem a identificar os suspeitos. O reconhecimento também poderá ser feito através de fotografias.
Na segunda-feira (4), um suspeito foi baleado durante tentativa de assalto a ônibus, no Méier, também no subúrbio. De acordo com a polícia, o suspeito teria anunciado o assalto dentro do ônibus, quando foi interrompido por um policial militar que estava à paisana. Ele reagiu e atirou contra o criminoso.
Na terça-feira (5), a polícia divulgou imagens de um assalto a um posto de combustível em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Pelas imagens, é possível ver o momento em que a jovem de 20 anos, identificada como Angélica Maria de Souza, é atingida com um tiro na cabeça e cai no chão. Ela foi morta mesmo sem reagir ao crime.
SÉRIE DE ASSALTOS
No dia 16 de abril, criminosos invadiram uma sala do curso de nutrição, que fica no subsolo do prédio do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Na ocasião, uma professora e quatro alunas tiveram dinheiro e celular roubados. Um suspeito de envolvimento com o crime foi preso.
O prefeito da Cidade Universitária, professor Hélio de Mattos Alves, disse na época do assalto à rádio CBN, que este foi o quarto crime registrado na UFRJ desde 2005. Segundo Mattos, o prédio onde houve o assalto abriga seis mil alunos e tem oito entradas. O local possui segurança própria, mas não há controle de quem entra e sai.
De acordo com ele, a segurança em todo o campus é feita por seis viaturas entre 6 e 23h, além de 19 câmeras ligadas a uma central. A PM também auxilia no patrulhamento. Mattos afirma que 65 mil pessoas circulam pela Cidade Universitária por dia.
Em abril, o G1 denunciou a falta de segurança na Cidade Universitária da UFRJ. Na ocasião, estudantes e profissionais que trabalham no local relataram que sofrem com sequestro-relâmpago.
Durante o mês de março pelo menos três pessoas foram vítimas da ação de uma quadrilha que passou a atuar naquela área.
Na época, Hélio de Mattos, prefeito da Cidade Universitária, contou que no final de março deste ano um estudante foi abordado por dois homens armados quando entrava em seu carro, no estacionamento do Hospital Clementino Fraga Filho. Ele foi obrigado a seguir com os criminosos até um caixa eletrônico para sacar dinheiro. As outras vítimas foram atacadas na semana anterior.
Preocupado com o aumento da violência no campus, que tem sido alvo constante dos assaltantes - roubo e furto de carros, assaltos a pedestres e a ônibus são as ocorrências mais comuns -, o prefeito encaminhou uma carta ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, relatando os fatos e pedindo reforço no policiamento.