No início de agosto deste ano, em Guarulhos, na Grande São Paulo, um policial militar atirou duas vezes na cabeça de um suspeito que estava rendido no chão, mas resistia à prisão e, aparentemente, tentou sacar uma arma durante a abordagem. A ação, gravada pela câmera corporal do policial, gerou grande repercussão.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o incidente ocorreu após uma perseguição policial. Dois suspeitos tentaram fugir em um veículo furtado, sendo interceptados pelos agentes. Um dos indivíduos foi preso sem resistência, enquanto o outro, envolvido na ação registrada em vídeo, entrou em confronto físico com o policial.
No vídeo, o policial ordena repetidamente que o suspeito coloque as mãos para trás. "Põe a mão pra trás, caralho. Tira a mão da cintura", grita o agente, desferindo vários socos no homem, que está ensanguentado. O suspeito, mesmo caído, não obedece as ordens e, em certo momento, saca uma arma, o que leva o policial a reagir. Após desarmar o homem, o policial efetua dois tiros na região da cabeça.
Vítima não resistiu
Apesar de estar gravemente ferido, o suspeito foi socorrido e levado ao Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu. A SSP informou que o homem havia sacado um revólver calibre 38, cujas munições estavam picotadas. A pistola .40 usada pelo policial e o revólver do suspeito foram apreendidos para perícia.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo questionou o procedimento adotado pelos agentes. Em nota, o ouvidor Claudio Silva declarou que "as imagens sugerem um erro procedimental", destacando que o suspeito poderia ter sido imobilizado com algemas. "Os disparos ocorreram na região entre o pescoço e a nuca", afirmou o ouvidor, que solicitou providências imediatas à Corregedoria.
A SSP confirmou que a Polícia Militar abriu um inquérito para investigar as circunstâncias da abordagem, que ocorreu no bairro dos Pimentas, em 3 de agosto. Além disso, o órgão também informou que as câmeras corporais dos policiais envolvidos serão analisadas, e as imagens já foram encaminhadas à Polícia Civil para auxiliar nas investigações.
A Ouvidoria expressou preocupação com o aumento da violência policial, afirmando que é essencial que as forças de segurança mantenham os procedimentos adequados para proteger tanto os cidadãos quanto os próprios policiais, evitando que situações como essa se transformem em execuções sumárias.
Além das armas, o veículo furtado e outros itens, como documentos e cartões bancários roubados, foram apreendidos durante a operação.