“Eu estou muito feliz. Entrei em estado de choque quando fiquei sabendo”. Este é o sentimento da modelo piauiense Rayanne Adorno após a prisão de Malik Tony Roy no último dia 15 de julho, em Itajaí, em Santa Catarina. O cidadão francês, residente no Brasil, proferia ameaças e xingamentos racistas contra a ex-companheira, perseguindo incessantemente a jovem.
Em entrevista ao Meionorte.com, Rayanne Adorno explicou que apesar de prisão ser preventiva, já é um alívio diante de tantos anos de perseguição. Foram 3 anos de ameaças e difamação nas redes sociais, segundo ela.
“Quando o doutor Zanatta me ligou informando da prisão, chorei bastante e ainda hoje estou me tremendo com as notícias. É um alívio muito grande, apesar da prisão ser preventiva, era algo que a gente estava aguardando, pois não sabíamos onde ele estava; ele ficava mudando de local. Finalmente ele poder responder criminalmente já é muita coisa. Esperando por isso por anos. 3 anos sendo atormentada, perseguida, sem descanso e ver que isso está perto de chegar ao fim”, relatou em entrevista para a reportagem.
Segundo a modelo piauiense, até há algumas semanas, Malik Tony Roy ainda mandava mensagens para pessoas próximas a ela. “Mas até momentos antes (de ser preso) ele ainda estava mandando mensagem. Ele nunca teve um dia que que não mandasse e que não desse um jeito de me perseguir. Parecia que ele estava monitorando minhas redes sociais”, completa.
Segundo foi apurado pela Polícia Civil, os crimes começaram quando a vítima morava na Hungria, culminando com a fuga de Rayanne ao Brasil. Aqui, em território nacional, Malik perseguia a ex companheira com ameaças e ataques em redes sociais. No último dia 15, as unidades Setor de Investigação Criminal e Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, de Santa Catarina da PC-SC prendeu o francês dentro de um supermercado, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina.
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Rayanne Adorno destaca que qualquer pessoa que virasse a ser um novo seguidor em suas redes sociais, o francês já entrava em contato. “Ele sempre estava lá mandando mensagem para as pessoas, descobria email, WhatsApp [...] ele conseguia descobrir várias informações dessas para pessoas para enfim, jogar o ódio dele”, pontua.
A Polícia Civil do Piauí vai pedir o recambiamento do acusado para Teresina e posteriormente irá enterrogá-lo.
"A Polícia Civil do Estado do Piauí através da Gerência de Polícia Especializada e a Polícia Civil de Santa Catarina através do SIC (Setor de Investigação Criminal) deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 5ª Vara de Teresina. Esse caso ficou muito conhecido no ano de 2019 pelo fato de uma modelo piauiense ter denunciado esse francês. Eles tinham um relacionamento amoroso, foram morar fora do Brasil e quando a piauiense terminou o relacionamento, ele não aceitou o término e passou a persegui-la pelas redes sociais insultando-a e praticando crime de injúria, difamação e stalker", declarou o delegado Matheus Zanatta, coordenador do GPE.
“Se sentia seguro na internet”
A modelo Rayanne Adorno reiterou que por ser um crime cometido no âmbito da internet, ele se sentia seguro. Além disso, ela explica que por ele acreditar que no Brasil não iria acontecer nada, ele tinha a liberdade de continuar com as ameaças, difamações e perseguição.
“Eu acredito que por ser um crime cometido pela internet, e isso ser algo novo também e agora que a gente está tendo leis, ele se sentia bem, seguro, porque ele estava certo, ele tava no Brasil e como ele estava cometendo pela internet, se sentia seguro. Pelo fato de ser no Brasil, acho que ele tem a visão que as coisas não dão certo e tudo é bagunçado, pelo tempo que isso levou até ele ser encontrado, ele sentia essa liberdade de continuar viajando e perseguindo, na cabeça dele nada iria acontecer, que iria sair impune e eu iria ser a prejudicada, que nada fosse acontecer com ele”, finaliza.