Disputa entre guangues rivais foi o motivo do tumulto que deixou dois mortos e onze feridos no Presídio Aníbal Bruno, localizado em Tejipió, na Zona Oeste do Recife. A confusão começou por volta das 6h10, durante o café da manhã, no Pavilhão I. De acordo com o superintendente de segurança penitenciária de Pernambuco, Fernando Melo, a situação foi controlada e o Batalhão de Choque da Polícia Militar não precisou entrar na unidade.
No início da manhã de hoje, o promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, que estava no Aníbal, disse que três detentos foram mortos. Porém a terceira morte não foi confirmada pelo superintendente de segurança penitenciária. O promotor disse ainda que no Pavilhão I existem vinte celas; cada uma com cerca de 30 a 35 pessoas. Duas delas ficaram destruídas.
Os presos atearam fogo em roupas e colchões. Os detentos que foram socorridos apresentavam marcas de agressão e também tiveram o corpo queimado. Eles foram levados para o Hospital Otávio de Freitas, próximo ao presídio, e também para o Hospital da Restauração, área central do Recife. O Corpo de Bombeiros entrou na unidade para conter o fogo.
Segundo um dos presos levados ao HR, o tumulto aconteceu porque um chaveiro identificado como Paulo teria mudado de cela um outro detento do pavilhão I. Familiaras também informaram que o tumulto foi causado por dois motivos: a suspensão das pernoites quinzenais e o fechamento das cantinas devido à reforma pela qual está passando o Aníbal Bruno. Além disso, depois da reforma, está mais difícil entrar com comida na unidade, ainda segundo os familiares dos detentos.
No entanto, o superintendente de segurança penitenciária não confirmou as informações. Fernando Melo disse ainda que está sendo apurada a participação dos detentos no tumulto e que os envolvidos já estão pintando as celas danificadas. A visita deste domingo (6), até o momento, está confirmada.
Fernando Melo negou a atuação de chaveiros na unidade, mas o promotor Marcelo ressaltou que eles ainda atuam no presídio e que a mudança de cela de um dos detentos teria motivado a confusão.
O Presídio Professor Aníbal Bruno funciona em regime fechado e tem, atualmente, capacidade para 1.448 presos, mas abriga quase quatro mil detentos.