“Triste de alma e corpo pelo o que minha mãe fez”, diz irmão de Izadora

Em seu depoimento, João Paulo narrou detalhes da madrugada do dia 13 de fevereiro daquele ano, a manhã do crime e sobre as investigações.

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O réu João Paulo Santos Mourão, que está sendo julgado através da 2ª Vara da Comarca da cidade de Pedro II, nesta quarta-feira (16), pelo assassinato da própria irmã, a advogada Izadora Mourão, crime ocorrido em 13 de fevereiro de 2021, depôs após a mãe Maria Nerci dos Santos Mourão, que confessou a autoria da morte da filha, assumindo que a matou sozinha e descartou a participação do filho no caso. 

Em seu depoimento, João Paulo narrou detalhes da madrugada do dia 13 de fevereiro daquele ano, a manhã do crime e sobre as investigações. No depoimento, o jornalista disse que só soube da suspeita da participação de Maria Nerci no crime quando estava recolhido na Cadeia Pública de Altos. Ele também negou participação no assassinato da irmã.

“Eu estou muito triste, sentido, de corpo e alma, pelo que minha mãe fez, que acabou me prejudicando e que causa revolta. Revolta da família, revolta em mim que estou sofrendo constantemente por isso. Eu como filho, o primeiro relato que ela me deu quado perguntei, é minha mãe, eu acreditei, porque ela sempre falou a verdade para os filhos e não tinha porque duvidar dela. Ficou aberto, deixou brechas”, disse João Paulo sobre a narrativa apresentada pela mãe. 

Irmão de Izadora Mourão depõe em julgamento como réu no assassinato (Foto: Youtube)

João Paulo Santos destacou ainda que desde os primeiros momentos após o crime, colaborou com as investigações do caso. Ele explicou que foi preso na sala de estar da casa enquanto a Polícia Civil fazia a perícia no imóvel e estava a procura da arma utilizada no crime. O jornalista detalhou que os objetos cortantes eram guardados por recomendação psiquiátrica por conta do irmão, deficiente mental. 

“Procuraram na cozinha, facas guardadas. Eu disse que poderia perguntar para a mãe, pois ela que sabia, ela que cuida, trabalha na cozinha e deve saber. Nesse momento os policias me censuraram dizendo que eu não poderia fazer perguntas. O delegado pegou várias facas, utensílios de cozinha, espalhou na sala e me perguntou qual era a faca de cozinha. Eu apontei, ele colocou as luvas e levou para a perícia, que estava no quarto. Foi constatado sangue na faca e o delegado me deu voz de prisão. Fiquei abismado sem saber o porquê. Fiquei surpreso, fiquei sem entender o que estava acontecendo, nunca tinha passado por aquilo, o que está havendo é um mal-entendido. Eu fiquei tranquilo porque sabia que não tinha absolutamente nada a ver com o crime que estava sendo investigado ali, estava colaborando com as investigações, em tudo e assim fiz orientado pela própria polícia. E aí acontece uma coisa dessa, receber a voz de prisão na sala da casa na frente do meu irmão mais velho, na frente da minha mãe. Além pelo choque do acontecimento, naquelas condições, eu tenho problema de nervosismo mesmo. Dou tremedeira nas mãos, fico com ansiedade. Mas assim, no momento que fui prestar, procurei me manter o mais tranquilo possível. Eu soube que ela tinha participação no momento que estava preso na cadeia pública de Altos. Tive acesso ao relatório do DHPP, li de modo geral depois eu recebi a confirmação do advogado. Na CPA foi uns 12 dias depois”, disse. 

Semana que antecedeu o crime

Minha irmã, principalmente depois que ela separou e que nosso pai faleceu, ela ficou com uma forma muito acintosa, ameaçadora e pressionando muito a  nossa mãe. Qualquer coisa ela ficava com raiva, e brigava sem razão necessário. Eu creio que tenha tido sim (briga), entre ela e minha mãe. A mãe disse. Eu ficava apaziguando para elas ficaram bem, mas pelo tempo necessário para que elas ficassem em paz.

João Paulo é julgado pela morte da irmão, a advogada Izadora Mourão (Foto: Youtube)

O crime

A advogada foi morta na residência onde morava em Pedro II na manhã de sábado, 13 de fevereiro. Em um primeiro momento, a mãe e o irmão de Izadora afirmaram para a investigação que uma mulher, que seria uma vendedora de roupas, teria chegado no local e pedido para conversar com a advogada, em seguida saiu do local e os familiares encontraram a vítima caída no chão já sem vida.

A versão apresentada pelos suspeitos foi contraditória e não convenceu a investigação. Dois dias depois do crime, o jornalista e bacharel em direito João Paulo foi preso acusado de matar a irmã. Sua mãe foi presa em seguida como cúmplice do crime.

Caso Izadora Mourão: Mãe confessa crime e nega participação de João Paulo (Foto: Reprodução)

 

 

 

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