A estudante de psicologia Sofia Savero que é travesti estava indo para a faculdade em um ônibus do transporte público de Aracaju por volta das 18h30 da quinta-feira (15) e durante o percurso disse que sofreu agressão sexual, física e moral.
?O ônibus estava muito cheio e não percebi nenhuma movimentação estranha. Mas de repente percebi que um passageiro estava colocando a mão entre as minhas pernas. Gritei e pedi para ele parar. Todos ficaram surpresos e chocados com o assédio sexual. Imediatamente ele negou e até chorou, disse que eu estava desequilibrada, mas eu vi a mão dele?, recorda Sofia.
Quando chegou perto da faculdade, este passageiro que chamou a vítima de "traveca" continuou as agressões.
?Ele pegou uma faca e ameaçou me ferir. Eu disse para ele parar e lembrei que a câmera de segurança do ônibus estava funcionando. Ele guardou a faca mas me agrediu fisicamente. Me chutou e eu caí no chão na calçada da faculdade. Duas universitárias que também saíram do ônibus me ajudaram. Fiquei muito ofendida e machucada?, lamenta.
Em seguida Sofia registou um Boletim de Ocorrência na delegacia Plantonista em Aracaju e também pediu aguda na Delegacia de Grupo de Vulneráveis.
?É importante denunciar os agressores para que a ação da polícia combata este tipo de crime. A travesti que se sentir agredida fisicamente ou moralmente deve registrar a ocorrência na Delegacia Plantonista e na Delegacia de Grupo de Vulneráveis, além disso deve pedir ajuda ao núcleo de políticas LGBT da Secretaria dos Direitos Humanos de Sergipe?, orienta a coordenadora do núcleo, Lohanna dos Santos. Sofia descreve os agressores. ?O primeiro passageiro que me agrediu sexualmente tem entre 27 e 30 anos, é negro, tem cerca de 1,60m e cabelo curto. O outro tem cerca de 23 anos, é alto, tem 1,80m, usa bigode e é moreno. Os dois usavam farda de trabalho, eles podem ser pedreiros ou trabalham na área da construção civil. Acredito que estava voltando do trabalho neste horário?, finaliza.