O problema do tráfico de drogas é uma ameaça constante à segurança da população e assola não só as grandes metrópoles. Timon já apresenta dados elevados quanto à relação da violência e o tráfico de entorpecentes.
De acordo com a Delegacia de Homicídios do município, 95% das mortes registradas são ocasionadas pelo envolvimento com o tráfico. ?Hoje, a exceção é nós encontrarmos um homicídio relacionado a caso passional. Isso virou exceção, assim como uma briga de bar.
Uma morte causada pelo tráfico gera uma vingança. Infelizmente é esse o nosso panorama?, argumenta o delegado Ricardo Freire. Uma situação que também preocupa é a quantidade de bocas de fumo que existem em Timon. Um levantamento realizado pela Polícia Militar do Estado do Maranhão aponta que o município dispõe de pelo menos 40 pontos de venda da droga. De 2011 a 2012, oito já foram estouradas pela polícia.
Embora o número crescente de pontos de comercialização da droga, uma situação tem se caracterizado no município. Segundo o comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, Major Medeiros, o tráfico acontece não mais apenas em pontos fixos, mas no meio da rua, em praças, à luz do dia, o que acaba dificultando o combate efetivo ao tráfico na região.
?As vendas, muitas vezes não são mais feitas em casa, mas por pessoas na rua, escondidas próximo a terrenos baldios, mal iluminados e em pouca quantidade para não caracterizar tráfico e sim consumo?, relata
Embora o tráfico de drogas traga como maior consequência o aumento no número de homicídios, o envolvimento com a droga também contribui para intensificar outros problemas, como o número de assaltos. Bairros como Parque União, Bela Vista e Cidade Nova são as que estão em situação mais crítica, mas é um problema que acontece em qualquer lugar. No bairro Boa Vista, a população já não sabe mais o que fazer com tamanha violência. A praça do bairro concentra todas as noites vários jovens para usar drogas. É o que afirma Oliveira, morador do bairro. ?A iluminação à noite é péssima. E eles usam droga livremente. Se a gente olha pra eles eles vem mal-encarados perguntando o que a gente quer. A gente vive sobressaltada?, conta.
A lanchonete de Maria Nely que fica na mesma praça tem sido alvo constante dos bandidos. A proprietária afirma que já foi assaltada seis vezes em oito anos que trabalha no local. Além de arrancarem as grades da porta e janela para roubarem, bandidos também chegaram a abrir um um buraco na parede para roubar os produtos. ?Meu botijão já levaram
umas cinco vezes. Já quebraram umas três janelas. Meu marido até chumbou um ferro no chão para prender o botijão para que eles não roubassem mais, mas não resolveu. Toda vez o prejuízo é de R$ 400, em média. Eu até estou saindo daqui porque estou só tendo prejuízo?, conta a proprietária do ponto. De fato, a iluminação no local é precária, além disso, um terreno pertencente à SAAE de Timon torna um local propício para a fuga dos
bandidos e uso de drogas. O portão do local já foi arrombado, assim como a
cerca que já está destruída.
?Aqui, se você vir, são jovens, menores de idade. Eles usam droga na nossa vista. E roubam para poder vender e comprar droga?