Silêncio. Essa palavra já faz parte da vida de centenas de moradores do Dirceu I. São os traficantes que impõe essa ordem. O problema maior está em torno do Centro Esportivo Almeidão e três escolas estaduais próximas às quadras 31 e 32. É que segundo os moradores, existem vários pontos de venda de drogas, as chamadas bocas de fumo.
Contudo, nas proximidades nenhum morador fala sobre o assunto e dizem que preferem ficar calados. O repórter Pedro Borges, tentou entrevistar alguns moradores sobre o assunto, mas todos mostraram-se desconfortáveis em falar.
A diretora de uma das escolas, Elisnete Gomes, confirma o risco e o fato de que alunos podem estar sendo atraídos pelos traficantes. ?Aqui é uma área de risco por ser uma área de pontos de venda de drogas. Só não sabemos, de fato, onde esses pontos de drogas funcionam, mas é aqui próximo da escola?, confirma a diretora.
A equipe da Rede Meio Norte foi chamada no Dirceu I e recebeu a denúncia de que a uma casa seria uma boca de fumo. O endereço denunciado foi a quadra 8, casa 18. A reportagem foi lá e comprovou que numa única residência, moram mais de 20 pessoas, entre elas várias crianças. Mas eles negam que exista a venda de drogas no local.
?Rapaz aqui não tem essa violência toda não. Aqui moram umas cinco famílias juntas porque não temos casa e nem condição de viver em outro local. Não temos emprego fixo, vivemos como Deus quer?, declara uma das moradoras da casa denunciada.
Os vizinhos demonstram um sentimento de medo e preferem não falar sobre o assunto. ?Aqui a gente as vezes até teme falar porque você sabe, é perigoso. Tem muitas coisas erradas, mas a gente quanto mais fica calado melhor. Acontecem coisas, sexta, sábado e domingo, mas você não vê o carro da polícia?, declaram.