O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, divulgou nesta terça(31), que a adolescente vítima de estupro coletivo na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, recebeu ameças de traficantes do Morro do Barão, comunidade onde ocorreu o abuso. Segundo ele, a jovem vem sendo alvo de ataques diariamente nas redes sociais.
"A menor recebeu ameaças de morte até de homens de outros estados, através da internet. O maior medo da família é a possibilidade de vingança por parte do tráfico.", disse Paulo de Melo.
Nesta segunda(30), a adolescente e a família entraram no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), de gestão federal. De acordo com o secretário,o mais provável é de que toda a família deixe o Rio, com a jovem podendo até mesmo receber uma nova identidade.
" Vão todos juntos (pai, mãe, avó, irmão e filho). Ela tem tudo para recomeçar a vida, mas não vai conseguir fazer isso aqui, conversamos muito ontem. Impressionou a maturidade e a frieza dessa menina. Ela é muito tranquila."
Vale lembrar que em julho de 2013, um relato enviado ao Disque Denúncia já conta a história da adolescente. Segundo o áudio ela, não estudava, não conseguia cuidar do filho, recém-nascido, agredia fisicamente o pai e verbalmente a mãe. Durante os “bailes se relacionava com homens desconhecidos, se expondo a riscos, sem o mínimo de proteção”. Na época a jovem tinha apenas 13 anos.
No dia 5 de agosto de 2014, ela foi encaminhada para o projeto Casa Viva, uma instituição criada para cuidar de jovens usuários de drogas. Pouco tempo depois foge, mas é apreendida após um pedido judicial de busca e apreensão. Mas, na prática, nada disso resolveu o problema da menor.
"Ela nasceu em um ambiente familiar problematico. E desde cedo, sozinha, criou as estratégias dela para sobreviver. Ela teve uma infância violenta, apesar de estar em seio familiar e ser criada em um bairro de classe média", explica uma das funcionárias do projeto.
Durante anos, a avó paterna tentou tirá-la desse mundo, sem sucesso. Em 2014, foi morar no Morro da Serrinha, com um “marido”. Ostentava roupas de grife e celulares de última geração.
"Foram apenas dois dias com ela, mas muito marcantes. Fazíamos um trabalho de convencimento, persuasão. Ela sempre foi muito violenta, agrediu o pai, pegou o bebê de qualquer jeito, realmente ela não queria sair dessa vida." conta uma funcionária.